A Agência Nacional de Inovação (ANI) publicou o Relatório Nacional de Inovação 2024 (RNI 2024), desenvolvido em colaboração com várias entidades públicas e privadas, que retrata uma trajetória positiva da inovação no país. Esta edição centra-se nas áreas estratégicas da Segurança e Defesa, num contexto internacional marcado por tensões geopolíticas e pela necessidade de soberania tecnológica.
Entre 2019/20 e 2022/23, o número de diplomados do Ensino Superior cresceu 11%, mas nas áreas de Proteção, Segurança e Defesa o aumento foi muito mais expressivo — 77,4% — ultrapassando os 600 diplomados a partir de 2021/2022. As inscrições nestas áreas também subiram 8%, com maior crescimento entre estudantes do sexo feminino (9,5%).
Na Investigação e Desenvolvimento (I&D), a despesa total ultrapassou 4,5 mil milhões de euros, correspondendo a 1,7% do PIB, enquanto as entidades da Base Tecnológica e Industrial de Defesa (BTID) e o Ministério da Defesa Nacional investiram 485,2 milhões de euros, mais 29% face a 2020. A inovação empresarial atingiu 44,7% das empresas, valor que sobe para 79,1% nas grandes organizações.
Portugal mantém-se como “Inovador Moderado” no European Innovation Scoreboard 2024, superando a média da União Europeia em indicadores como publicações científicas em coautoria internacional, registo de marcas, competências digitais e inovação em PME. A nível setorial, destacam-se informação e comunicação, atividades financeiras e energia, todos com taxas de inovação acima dos 50%.
O relatório sublinha ainda a liderança nacional em cibersegurança: 53,6% das empresas implementam medidas formais, 55,6% promovem formação e 93,2% dispõem de pessoal dedicado, valores muito acima da média europeia. No campo das infraestruturas, a plataforma NAU aumentou 25% o número de utilizadores, a rede RCTS100 cobre 90% das instituições de ensino superior e a plataforma POLEN já ultrapassa os 10 petabytes de dados científicos armazenados.
Apesar dos progressos, a ANI alerta para desafios persistentes, como a baixa taxa de patentes, a necessidade de maior valorização económica do conhecimento, a proteção da propriedade intelectual e a retenção de talento qualificado.