As 250 maiores empresas de retalho do mundo atingiram mais de 6 biliões de dólares em receitas no ano fiscal de 2023, revela o estudo Global Powers of Retailing 2025, da Deloitte. O crescimento foi de 3,6% face ao ano anterior, o valor mais baixo da última década, refletindo um ambiente económico marcado por incerteza e exigência de adaptação.
Entre os líderes mundiais destacam-se a Walmart, com quase 650 mil milhões de dólares em vendas, a Amazon, com 252 mil milhões, e a Costco, com 240 mil milhões. No top 10 figuram ainda os grupos alemães Schwarz e Aldi e a chinesa JD.com.
Portugal marca presença na lista com duas empresas em ascensão: a Jerónimo Martins, que sobe oito posições para o 37.º lugar, após crescer 20,6%, e a Sonae, que também avança oito lugares, posicionando-se em 138.º, com um crescimento de 8,9%.
Segundo João Paulo Domingos, da Deloitte, “os últimos anos têm sido desafiadores para os retalhistas, com impacto na performance, mas também a impulsionar transformação e inovação.” A tecnologia, a sustentabilidade e a diversificação de receitas são agora pilares fundamentais.
O estudo antecipa que o crescimento médio anual global para os próximos cinco anos se situe nos 3,1%, a taxa mais baixa desde que há registo. Para responder à estagnação da procura, os retalhistas estão a explorar novas fontes de receita, nomeadamente através da monetização dos dados dos consumidores e da publicidade no ponto de venda.
A transformação digital é central nesta nova fase. Tecnologias como inteligência artificial, realidade aumentada e Internet das Coisas estão a ser integradas para melhorar a eficiência e criar experiências mais personalizadas.
Outro foco é a sustentabilidade: 62% das empresas veem-na como um caminho direto para o crescimento. O recommerce – programas de troca, recompra e upcycling – está a ganhar terreno e poderá movimentar 276 mil milhões de dólares até 2028, só nos EUA.
Num contexto económico volátil, o retalho enfrenta a necessidade urgente de repensar modelos, otimizar operações e gerar valor a partir de novas fontes. A inovação tecnológica e a responsabilidade ambiental passam a ser não só diferenciais competitivos, mas fatores de sobrevivência.