“Temos de reanimar a construção e devolver-lhe o papel de motor da economia”

A Secretária de Estado da Habitação, Patrícia Costa, apelou à dinamização da construção como resposta à crise da habitação, durante a conferência “O Futuro do Crédito à Habitação”.

Na foto: Secretária de Estado da Habitação, Patrícia Costa, na conferência “O Futuro do Crédito à Habitação”

A conferência, promovida pela Century 21 Portugal e pela Finance21 em parceria com o Grupo Impresa, reuniu Governo, Banco de Portugal e líderes da banca para debater soluções de crédito à habitação e reforçar o papel da intermediação financeira.

“Temos de reanimar toda a cadeia de produção e devolver à construção o papel de motor da economia, que já foi seu. Desejo que todos, em conjunto, consigamos voltar a ter um mercado de habitação que sirva as nossas famílias”, afirmou Patrícia Costa. A governante sublinhou que 54% do novo crédito já é concedido a jovens até 35 anos, reflexo das medidas públicas implementadas.

Na mesma linha, Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal e da Finance21, destacou que a inovação tecnológica deve ser usada para eliminar burocracias e proteger as famílias. “O nosso papel é estar sempre do lado da solução, da literacia financeira e da confiança. Queremos que os portugueses tenham informação clara e apoio próximo para tomar a decisão financeira mais relevante das suas vidas”, defendeu.

Francisca Guedes Oliveira, administradora do Banco de Portugal, admitiu que está em análise a revisão das regras de concessão de crédito, nomeadamente a taxa adicional aplicada nos testes de esforço desde 2022. “Pode estar em cima da mesa uma redução da taxa aplicada, mas a decisão não é para agora. Temos de avaliar os dados com prudência e equilíbrio, de forma a proteger o sistema e as famílias”, frisou.

Os representantes dos principais bancos nacionais — Millennium BCP, Santander, Caixa Geral de Depósitos, BPI e Novo Banco — reconheceram o papel central dos intermediários de crédito, responsáveis já por mais de metade do crédito à habitação em Portugal. João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, afirmou que “o serviço prestado nesta área é claramente melhor graças aos intermediários de crédito”. Também Rui Fontes, administrador do Novo Banco, reforçou que “estes profissionais ajudam-nos a chegar a clientes que, de outra forma, não conseguiríamos alcançar”.

A conferência demonstrou consenso em três eixos: reforçar a oferta habitacional e dinamizar a construção; valorizar a intermediação de crédito como peça essencial de confiança; e promover literacia financeira e transparência no acesso ao crédito.

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