Tendências 2026: a visão de Rui Cruz sobre o futuro digital português

Tendências tecnológicas 2026 destacam IA, acessibilidade, interoperabilidade e segurança, segundo a análise de Rui Cruz.

Rui Cruz, diretor-geral da Opensoft
Na foto: Rui Cruz, diretor-geral da Opensoft

Rui Cruz, CEO da Opensoft, identifica quatro tendências tecnológicas que irão marcar 2026, destacando a Inteligência Artificial como eixo estruturante da digitalização e sublinhando a necessidade de soluções digitais mais rigorosas, inclusivas, interoperáveis e seguras.

A entrada em 2026 assinala uma mudança de maturidade no setor tecnológico português. Para Rui Cruz, a Inteligência Artificial deixa de ser apenas um vetor de inovação para se tornar uma infraestrutura central da próxima fase da digitalização. Segundo o CEO da Opensoft, a IA “não é um conceito abstrato, mas um compromisso claro de colocar a tecnologia ao serviço do cidadão”, uma afirmação que traduz uma visão orientada para resultados concretos, com impacto direto na qualidade dos serviços digitais.

A evolução para plataformas nativas de IA e modelos especializados exige validação contínua por especialistas, garantindo rigor e transparência nos resultados. Em 2026, a prioridade passa por aplicar IA apenas onde gera valor mensurável, reforçando eficiência, qualidade e capacidade de resposta em setores que enfrentam pressões crescentes, desde a administração pública às operações empresariais.

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Acessibilidade digital como condição de inclusão e confiança

Outro ponto central identificado pela Opensoft é a necessidade de serviços digitais verdadeiramente acessíveis. A inclusão digital tornou-se um imperativo estratégico, não apenas para públicos específicos, mas para a sociedade no seu conjunto. Interfaces intuitivas, linguagem clara e simplificação de processos serão fatores críticos para garantir que qualquer pessoa, independentemente do nível de literacia digital, consegue interagir autonomamente com soluções públicas e privadas.

Rui Cruz destaca que a tecnologia tem agora uma responsabilidade ampliada: apoiar as pessoas, remove obstáculos e assegurar que ninguém fica excluído da utilização de serviços essenciais. Em 2026, esta tendência deverá intensificar-se, impulsionada por uma maior exigência social quanto à acessibilidade e à qualidade da experiência do utilizador.

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Interoperabilidade inteligente como motor de eficiência sistémica

A modernização tecnológica que Portugal tem consolidado depende crescentemente da capacidade dos sistemas comunicarem entre si. A interoperabilidade, frequentemente limitada por silos organizacionais, assume agora um papel determinante. A adoção de arquiteturas modulares e infraestruturas distribuídas permite integrar plataformas de diferentes entidades públicas e privadas, promovendo respostas coordenadas e reduzindo redundâncias.

Para a Opensoft, a interoperabilidade não é apenas um requisito técnico, mas uma peça fundamental para entregar serviços digitais consistentes, reduzir burocracia e criar experiências mais fluidas para os utilizadores. Esta integração inteligente deverá marcar 2026 como um dos anos mais relevantes para a consolidação de ecossistemas digitais mais coesos.

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Segurança, governança e confiança digital no centro da transformação

A expansão digital aumenta a exposição a riscos e reforça a importância de mecanismos sólidos de segurança e governança. A proteção de dados, a privacidade por design, a prevenção ativa de ciberameaças e a rastreabilidade das operações serão prioridades incontornáveis para construir confiança entre cidadãos e organizações.

Rui Cruz recorda que a tecnologia só cumpre a sua função quando “garante o rigor e a transparência das soluções implementadas”, sublinhando que a fiabilidade dos serviços, especialmente no setor público, tem impacto direto na vida das pessoas. Em 2026, a segurança deixa assim de ser vista como elemento complementar e passa a ser um pilar estruturante de qualquer projeto tecnológico.

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Um setor mais maduro, exigente e orientado para o impacto

As quatro tendências identificadas pela Opensoft revelam um setor em transição para um novo patamar de maturidade, em que a tecnologia deve equilibrar inovação com responsabilidade. A IA orientada para valor, a acessibilidade digital inclusiva, a interoperabilidade inteligente e a segurança reforçada traduzem um novo modelo de exigência para o qual empresas e instituições já estão a ser chamadas.

O ano de 2026 abre, assim, espaço a soluções mais consistentes e centradas no utilizador, num movimento que procura consolidar o percurso de modernização digital que Portugal tem percorrido ao longo da última década.

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