Tendências tecnológicas 2026: Da experimentação da IA ao impacto empresarial

Tendências tecnológicas 2026: IA, NaaS 2.0 e segurança quântica vão marcar a agenda dos CIO e redefinir a competitividade digital.

Foto de Issaro em Freepik

Uma pesquisa da Colt antecipa os temas que irão dominar a tomada de decisão tecnológica nos próximos 12 meses. As tendências tecnológicas 2026 mostram um setor empresarial a entrar numa nova fase crítica, marcada pela maturidade da IA, pela evolução do NaaS e pelo avanço da segurança quântica.

As empresas intensificaram o investimento em inteligência artificial nos últimos anos, mas o retorno financeiro permanece limitado. Estudos recentes apontam que apenas uma minoria das organizações consegue medir benefícios tangíveis, apesar dos elevados custos associados à adoção de IA. Para 2026, a Colt prevê uma inversão desta tendência: os projetos de IA começam a amadurecer, beneficiando de métricas mais rigorosas de ROI e de modelos capazes de quantificar valor criado.

A inferência de IA, que marca a fase em que os modelos passam a operar em produção, será determinante para esta mudança. A McKinsey estima que, até 2030, a inferência representará a maioria das cargas de trabalho de IA, reforçando a necessidade de infraestruturas preparadas para processamento intensivo, baixa latência e segurança reforçada. Paralelamente, a Agentic AI deverá expandir-se além das empresas, influenciando tarefas quotidianas dos consumidores, desde a gestão de privacidade até rotinas domésticas.

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Um dos fatores críticos é a capacidade das infraestruturas digitais para suportar esta carga adicional. As redes WAN preparadas para IA, capazes de ajustar tráfego e otimizar desempenho em tempo real, tornam-se essenciais para garantir a fiabilidade das operações.

Redes inteligentes: NaaS 2.0 e infraestruturas distribuídas

O modelo Network-as-a-Service (NaaS) evolui em 2026 para uma nova geração orientada ao desempenho, mais automatizada e alinhada com as necessidades de empresas que integram IA nos seus processos. Segundo dados recolhidos pela Colt junto de 1.500 CIO, 58% já aumentaram o uso de funcionalidades NaaS devido às exigências da IA.

Ao mesmo tempo, a pressão sobre as redes internacionais aumenta: estima-se que o tráfego de IA nos cabos transatlânticos cresça dos atuais 8% para 30% até 2035. Testes de novas tecnologias, parcerias internacionais e modelos sustentáveis procuram responder a esta demanda crescente sem comprometer níveis de energia ou emissões.

Imagem de Pete Linforth em Pixabay

A transição para arquiteturas híbridas e multicloud também se intensifica. As organizações procuram flexibilidade, resiliência e maior proximidade ao processamento dos dados, com o edge computing a ganhar papel central na soberania digital e na análise em tempo real.

Segurança quântica: preparar o setor para o “Q Day”

A aproximação da computação quântica ao uso real coloca novos riscos sobre os sistemas de encriptação atuais. A Forrester estima que, em 2026, mais de 5% dos orçamentos de TI das empresas será direcionado para segurança quântica, enquanto previsões de mercado apontam para um crescimento superior a 50% ao ano até 2030.

O potencial “Q Day”, que é o momento em que sistemas criptográficos atuais poderão ser quebrados, acelera a adoção de tecnologias como criptografia pós-quântica (PQC) e distribuição quântica de chaves (QKD). A Colt prevê testar QKD através de satélites LEO já em 2026, integrando soluções espaciais e submarinas para reforçar a segurança global das suas redes.

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Regulação e governança: a década da responsabilização digital

O enquadramento regulatório será um dos grandes desafios dos CIO em 2026. O AI Act começará a aplicar-se em agosto do próximo ano, seguido das obrigações do Cyber Resilience Act e da Data Act. A normalização global avança com a adoção do standard ISO/IEC 42001:2023, que define práticas estruturadas de governança da IA.

Para as empresas, isto significa rever processos, reforçar auditorias internas e garantir que modelos de IA são implementados com transparência, explicabilidade e mitigação de riscos — aspetos cada vez mais exigidos pelos reguladores e pelos próprios clientes.

Na foto: Buddy Bayer, COO da Colt Technology Services

Um ano decisivo para a competitividade digital europeia

As tendências tecnológicas 2026 revelam um setor empresarial em profunda transformação. A maturidade da IA, a evolução das redes inteligentes, o avanço da segurança quântica e a intensificação das obrigações regulatórias definem um cenário de grande complexidade, mas também de forte oportunidade. Como resume Buddy Bayer, COO da Colt Technology Services, os CIO terão de “equilibrar programas de transformação centrados na IA com modelos de eficiência operacional”, num contexto onde a inovação e a resiliência serão decisivas para a competitividade europeia.

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