O verão de 2025 está a aquecer o mercado de trabalho em Portugal, com um crescimento nas contratações temporárias face ao ano anterior, segundo dados da Randstad. A retoma do turismo, os grandes eventos e o otimismo empresarial estão a impulsionar a procura por trabalhadores sazonais, especialmente na hotelaria, restauração, logística, transportes e segurança.
O Algarve lidera a procura, seguido por Lisboa e Porto, onde se verifica um reforço substancial de equipas durante os meses de verão. Entre os perfis mais procurados estão empregados de mesa, rececionistas, ajudantes de cozinha, nadadores-salvadores, promotores e operadores de loja.
“Este ano notamos mais ofertas e maior antecipação no recrutamento sazonal”, afirma Aníbal Martins, da Randstad Portugal, que prevê recrutar mais de mil trabalhadores face ao verão anterior. A empresa destaca ainda que o pico de atividade coincide com o maior número de pessoas empregadas desde que há registo: 5,18 milhões no primeiro trimestre, segundo o INE.
O perfil dominante entre os candidatos continua a ser o de jovens e estudantes, que procuram rendimento extra e experiência profissional. Apesar disso, a escassez de candidatos qualificados e a crise habitacional em zonas turísticas como o Algarve continuam a dificultar o preenchimento de vagas.
Muitas das ofertas partem do salário mínimo nacional (870 euros), mas há valorização para funções especializadas, refletindo-se num aumento das remunerações médias nos meses de junho e julho, segundo dados da Segurança Social analisados pela Randstad.
Apesar do reforço sazonal, a taxa de emprego temporário tem vindo a descer, fixando-se nos 15,2% no primeiro trimestre de 2025. A digitalização, a automação e alterações no padrão do turismo explicam parte desta tendência.
“O desafio da contratação sazonal é também uma oportunidade de repensar como tornar estas funções mais atrativas”, sublinha Aníbal Martins. “É essencial investir em condições de trabalho dignas, formação e soluções de alojamento para garantir resposta à procura crescente.”
