Salário continua a ser a maior clivagem entre empresas e trabalhadores

Estudo da Randstad revela que 56% dos profissionais portugueses estão motivados, mas o desejo de melhor remuneração continua a ser o principal motivo para abandonar um emprego.

Foto de Mehaniq em Freepik

O Randstad Employer Brand Research 2025, maior estudo independente sobre marca empregadora, volta a revelar os fatores que mais influenciam a relação entre trabalhadores e empresas em Portugal. A conclusão é clara: o salário continua a ser o fator decisivo tanto na escolha como na permanência dos profissionais nas suas funções.

Salário e equilíbrio vida-trabalho são prioritários

Na escolha de um empregador, os profissionais portugueses mantêm prioridades consistentes nos últimos anos. Os cinco fatores mais valorizados são:

  1. Salário e benefícios (74%)
  2. Equilíbrio entre vida pessoal e profissional (64%)
  3. Ambiente de trabalho positivo (64%)
  4. Segurança no emprego (58%)
  5. Oportunidades de progressão na carreira (58%)

Contudo, as expectativas nem sempre se alinham com a realidade. Quando questionados sobre o que valorizam nos seus empregadores atuais, os inquiridos apontam como principais atributos a localização, a estabilidade, a reputação e a saúde financeira da empresa. Já o empregador ideal seria aquele que oferece melhores salários, equilíbrio vida-trabalho e um bom ambiente organizacional.

Foto de User16766420 em Freepik

Diferenças entre gerações

A vontade de ganhar mais é, em todas as faixas etárias, o maior motivo para a quebra de motivação. No entanto, surgem nuances relevantes: os Millennials destacam a falta de reconhecimento como segundo fator mais importante, ao passo que na Geração X essa diferença face ao salário é menos pronunciada.

Retenção e compromisso: dados positivos

Mais de metade dos profissionais (56%) afirma sentir-se motivado no emprego atual, e 41% estão mais empenhados do que no ano anterior. No entanto, a motivação influencia diretamente a retenção: 53% dos menos empenhados ponderam mudar de trabalho nos próximos seis meses, face a 21% dos mais motivados. O estudo revela que 12% já mudaram de emprego no semestre anterior e 25% planeiam fazê-lo.

Para Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad, esta estabilidade nas intenções de mudança de trabalho é uma oportunidade para as empresas investirem na retenção sustentada de talento.

Foto de Emily Stock em Freepik

Adoção da IA cresce em todas as gerações

O uso regular de inteligência artificial (IA) no local de trabalho subiu de 11% para 17% em apenas um ano, com destaque para os profissionais da área digital e a Geração Z (27%). Mesmo entre os mais velhos, como a Geração X, o uso da IA aumentou (de 39% para 51%). O impacto da IA é percecionado como relevante por 37% dos profissionais, e a maioria demonstra uma atitude positiva ou neutra em relação à tecnologia.

Microsoft, Delta e RTP lideram ranking de empresas mais atrativas

Pelo segundo ano consecutivo, a Microsoft lidera o ranking das empresas mais atrativas para trabalhar em Portugal, seguida pela Delta Cafés e pela RTP. O top 10 inclui ainda a Bosch, OGMA, TAP, Siemens, CUF, Banco de Portugal e IKEA.

Setorialmente, a CUF, Hovione e o Hospital da Luz lideram na saúde; Hotéis Real, Pestana e Vila Galé destacam-se no turismo; e a OGMA, ANA e TAP na aviação. A Bosch, Corticeira Amorim e Navigator lideram a indústria, enquanto o Banco de Portugal, CGD e ABANCA/Eurobic são os mais atrativos na banca.

O estudo da Randstad abrangeu 4.649 inquiridos em Portugal e mais de 173 mil em 34 países, avaliando perceções sobre empregadores, motivação e mudança no mundo do trabalho.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor escreva o seu comentário!
Por favor coloque o seu nome aqui

two × one =