Portugal já assegurou mais de 1.178 milhões de euros em financiamento ao abrigo do programa-quadro Horizonte Europa entre 2021 e 2024, destacando-se com uma taxa de sucesso de 18,6%, acima da média europeia. Os dados constam da avaliação intercalar publicada pela Comissão Europeia, que confirma a importância estratégica do programa no reforço da competitividade e da inovação em todo o espaço europeu.
No total, Portugal participou em 1.983 projetos, dos quais 519 são liderados por instituições nacionais. Cerca de 62% do financiamento foi captado por universidades e centros de investigação, enquanto empresas, incluindo PME e grandes grupos, representam 30% do total angariado. Esta performance reflete a crescente maturidade do ecossistema nacional de ciência e tecnologia, bem como a sua capacidade de atuação em áreas de elevado impacto económico e social.
O Pilar II do programa, dedicado aos Desafios Globais e Competitividade Industrial, concentrou a maior fatia do financiamento. Portugal registou resultados expressivos em áreas como clima, energia, mobilidade, alimentação, saúde e tecnologias digitais. Paralelamente, o país tem vindo a reforçar a sua presença no Conselho Europeu de Inovação, com 16 empresas nacionais a garantirem cerca de 91 milhões de euros através do instrumento EIC Accelerator.
Segundo António Grilo, presidente da Agência Nacional de Inovação (ANI), “os resultados são muito encorajadores e demonstram que Portugal está no caminho certo”. O responsável sublinha que a ANI continuará a apoiar investigadores e empresas na valorização do conhecimento e na captação de oportunidades de financiamento europeu.
Madalena Alves, presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), destaca o papel ativo da comunidade científica nacional na definição das prioridades para o último biénio do programa. “A aposta nas sinergias entre formação, investigação e inovação é hoje essencial e a FCT tem tido um papel dinamizador dessa transformação positiva”, afirma.
Também Anabela Isidro, vogal da direção da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), reforça a importância do investimento em saúde como motor de progresso. “O Horizonte Europa é uma alavanca essencial para o bem-estar das populações”, sublinha.
Para 2025, estão previstas novas iniciativas de apoio à inovação, como os vouchers Deep Tech e programas destinados a startups de base científica e tecnológica. Entre as medidas em preparação, destacam-se ainda o programa WIDERA e o aviso para a Internacionalização da Investigação e Inovação, que visam reforçar a participação de países como Portugal no Horizonte Europa.