Estratégia de Talento: o novo imperativo em tempos turbulentos

Estudo da BCG defende uma nova estratégia de talento baseada em flexibilidade, IA e requalificação para enfrentar tempos turbulentos.

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As empresas devem abandonar o planeamento linear e adotar estratégias de talento flexíveis e adaptáveis, centradas no “Triângulo do Talento”, que alia requalificação, IA e liderança partilhada entre CEO e CHRO.

Num cenário de volatilidade económica, tensões geopolíticas e avanços tecnológicos rápidos, as empresas enfrentam níveis de incerteza inéditos desde 2008. O estudo Turbulent Times Call for a New People Strategy, da Boston Consulting Group (BCG), alerta que a gestão de pessoas deve evoluir para modelos mais ágeis e resilientes, capazes de responder a disrupções constantes.

A BCG identifica três forças estruturais que moldam este novo ambiente: a multipolaridade económica, as rivalidades geopolíticas com impacto nas cadeias de valor e os choques globais recorrentes. Neste contexto, o planeamento linear já não é suficiente — é necessário antecipar múltiplos cenários e agir com base em movimentos estratégicos “sem arrependimentos”.

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O Triângulo do Talento: uma nova arquitetura organizacional

O estudo propõe o “Triângulo do Talento”, uma abordagem integrada que combina três dimensões: repensar a contratação de perfis críticos, integrar inteligência artificial nos processos centrais e investir em requalificação contínua. Estas medidas visam libertar tempo e talento humano para tarefas de maior valor e preparar as equipas para trabalhar em conjunto com a IA.

Eduardo Bicacro, Managing Director e Partner da BCG em Lisboa, reforça que “quando a velocidade da mudança atinge os níveis a que estamos a assistir, deixa de fazer sentido pensar em organizações que não estão constantemente a investir na formação das suas pessoas. Precisamos de organizações de ‘alunos’, que sabem ser ‘escola’.”

Na foto: Eduardo Bicacro, Managing Director e Partner do escritório de Lisboa

Liderança partilhada para tempos de incerteza

A BCG sublinha que a transformação exige uma liderança conjunta entre CEOs e Diretores de Recursos Humanos. Os primeiros devem liderar com propósito e visão sistémica, compreendendo a interdependência entre política e economia. Já os CHROs devem atuar como copilotos estratégicos, modernizando a gestão de pessoas e assegurando a resiliência da execução organizacional.

Transformar a instabilidade em oportunidade

A turbulência atual é também uma oportunidade. As empresas que conseguirem reinventar a sua estratégia de talento e adotar uma cultura de aprendizagem contínua estarão mais bem posicionadas para prosperar. A vantagem competitiva do futuro não dependerá apenas da tecnologia, mas da capacidade humana de adaptação e liderança colaborativa.

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