Transformação Digital: Projetos de IA aumentam cansaço nas equipas

Estudo da Emergn revela que os projetos de IA agravam o cansaço das equipas e aumentam a fadiga.

Foto de Freepik

O estudo “The Global Intelligent Delusion”, da Emergn, mostra que 55% dos colaboradores considera que os projetos de IA agravam o cansaço e não reduzem a carga de trabalho.

A Emergn, consultora global especializada em transformação organizacional, revela no estudo “The Global Intelligent Delusion” que os projetos de IA estão a gerar mais pressão do que alívio nas equipas. De acordo com a investigação, que envolveu 751 organizações de grande dimensão, 55% dos inquiridos considera que estas iniciativas agravam o cansaço e não reduzem a carga de trabalho, evidenciando um desfasamento entre a ambição tecnológica e a preparação das pessoas para integrar estas ferramentas no quotidiano.

Segundo o estudo, as iniciativas de transformação têm contribuído para esgotamento e perda de desempenho. Embora 82% dos líderes defendam que a transformação é essencial para manter competitividade, a forma como estes processos estão a ser conduzidos está a gerar fadiga e frustração. Metade dos colaboradores afirma já ter sentido desgaste devido às mudanças constantes, 45% reporta burnout e 36% admite ponderar sair da organização.

“O que vemos é que demasiadas empresas confundem atividade com progresso. A transformação não deve sobrecarregar as pessoas, mas sim fortalecer as suas competências. Neste momento, estamos a assistir ao contrário. Isto já não é apenas um desafio de liderança, é um problema de modelo de negócio”, afirmou Alex Adamopoulos, fundador e CEO da Emergn.

A falta de clareza nos processos é outro fator crítico. O estudo mostra que 31% dos profissionais se sentem mal informados sobre os objetivos das transformações em curso, 42% diz não ter recebido formação suficiente e 41% aponta falhas de liderança como causa para o insucesso de iniciativas anteriores. Para Adamopoulos, estes dados demonstram que “as organizações estão a avançar rapidamente para novas tecnologias sem garantir a preparação humana necessária para as sustentar. Isto não é transformação digital, é exaustão digital”.

O relatório alerta que esta fadiga representa um risco estratégico. Empresas que não equilibrarem tecnologia, comunicação e capacitação podem perder talento, competitividade e foco. “Não há mérito num projeto bem-sucedido que deixa as equipas exaustas ou à procura de outro emprego. Se a mudança é constante, a comunicação e o desenvolvimento de competências também têm de ser”, reforçou Adamopoulos.

O estudo recolheu respostas de executivos com mais de cinco anos de experiência em funções de direção, incluindo CEOs, CTOs, COOs e responsáveis de transformação operacional, provenientes de organizações com mais de mil colaboradores e receitas superiores a 500 milhões de dólares.

Com sede em Londres e presença em mais de 12 países, a Emergn mantém em Portugal uma das suas bases estratégicas, com cerca de 80 profissionais nas áreas de Marketing, Recrutamento, Product Design, Automação e .NET, acompanhando projetos de transformação centrados na capacitação e na criação de resultados sustentáveis.

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