Como criar uma Lean Startup em 10 passos

Reduza os custos e faça a sua startup

Corte nos Custos e deixe os Lucros Crescer. Siga estes 10 passos para criar a sua empresa, reduzindo o desperdício para maximizar os lucros.

O meu conceito de Lean Startup é baseado num conjunto de ações que permitem a qualquer pessoa criar um produto ou serviço, uma marca e uma empresa, com o mínimo de desperdício possível com vista a maximização contínua de lucros sem nunca prejudicar a qualidade do seu produto ou serviço e por sua vez o seu cliente.

Ao longo do meu percurso enquanto empreendedor fui aprendendo valiosas lições que me permitem hoje resumir em 10 passos o que demorei mais de 10 anos a aprender nas empresas, marcas e serviços que criei.

Está preparado para criar a sua Lean Startup?! Vamos a isso!

1º Passo: Abrir uma empresa não é o primeiro passo!

O leitor nesta altura deve-se estar a perguntar, se abrir uma empresa não é o primeiro passo porque está logo em primeiro lugar!? A resposta é simples, porque normalmente é o que as pessoas fazem, primeiro criam as empresas e depois é que testam o seu produto ou serviço no mercado e essa estratégia na maioria das vezes falha redondamente produzindo péssimos resultados para todos.

2º Passo: Primeiro teste o seu produto/serviço

Partindo do pressuposto que já tem uma ideia para um produto ou serviço, então está na hora de passar à fase do teste e da prototipagem. Neste passo deverá desenvolver e lançar o seu produto/serviço ‘beta’ junto de um pequeno grupo de pessoas que pensa ser o tipo de clientes que irão comprar o seu produto/serviço no futuro. Entregue-lhes o seu produto/serviço gratuitamente e em troca peça-lhes sugestões de melhoria, envie-lhe as novas versões e peça-lhes novamente as suas opiniões até o produto/serviço estar em condições para a comercialização.

Não espere demasiado até ter um produto ou serviço perfeito pois se tiver um ‘time to market’ muito longo pode estar a dar oportunidade a outros de lançar primeiro um produto/serviço similar ao seu, perdendo à partida quota de mercado.

3º Passo: Crie e registe a sua marca

Um dos fatores mais importantes de qualquer negócio é a sua marca. Um bom exemplo para distinguir uma boa marca é aquela em que basta olhar para o seu logótipo e automaticamente se percebe que produtos ou serviços lhes estão subjacentes. Escolha um nome distinto, o mais curto possível, fácil de entender e pronunciar e que esteja relacionado com o seu negócio ou conceito. Tenha cuidado com o fenómeno ‘Café Central’, isto porque em Portugal devem existir centenas cafés com esse nome não havendo desta forma qualquer elemento distintivo face à sua concorrência. A imagem da sua marca é muito importante, se não tiver habilidade para o design contrate um designer competente ou procure por profissionais que lhe farão um logótipo fantástico que represente adequadamente a sua marca.

Existem diversas plataformas online onde pode submeter o seu pedido com todos os requisitos e ideias diretamente a vários designers de todo o mundo, estes por sua vez apresentam-lhe individualmente a sua proposta e todos os custos associados. Após criação da sua marca deverá efetuar o registo da mesma no país onde começará a sua atividade. Em Portugal a entidade responsável pelo registo de marcas é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI que lhe permite fazer o pedido online de registo de marca diretamente no seu website em www.inpi.pt. O custo de registo de marca não é muito caro, em Março de 2016 o preço era de 123,00 EUR.

4º Passo: Criação da sua empresa

A fase de criação de empresa requer um cuidado especial, não porque seja difícil criar uma empresa, que na verdade até é muito fácil, mas porque começa aqui a ter um conjunto de obrigações, responsabilidades e custos regulares que deve ter em consideração.

Se está sozinho nesta empreitada considere abrir uma sociedade unipessoal ou uma atividade em nome individual. Existem algumas diferenças importantes entre elas, nomeadamente nas obrigações e nas deduções inerentes aos custos com a sua atividade.Deverá consultar um contabilista experiente e rigoroso que o ajudará a tomar a melhor decisão acerca do tipo de empresa que deverá criar.

Se este projeto tem mais que um fundador então provavelmente irá escolher uma sociedade por quotas, a vulgo limitada. Se criar uma sociedade unipessoal ou uma sociedade por quotas tenha a noção que é obrigatório ter um contabilista associado à sua empresa.

Aconselho-o a escolher um bom contabilista com base no seu know-how e serviços que lhe possa prestar e não exclusivamente com base no preço da avença mensal. A escolha certa de um bom contabilista irá permitir que tenha uma eficiência fiscal adequada que lhe permitirá poupar muito dinheiro e simultaneamente o obrigue a estar sempre em vigor com as regras e obrigações fiscais do país onde se encontra.

Para além da caracterização e da escolha de um bom contabilista, em Portugal é muito importante escolher o CAE(Classificação Portuguesa de Atividades Económicas) principal e secundário de acordo com as atividades que vai desenvolver.

5º Passo: Corte nos custos a todo o custo

Criou o seu produto/serviço, criou a sua marca, criou a sua empresa, agora está na altura de lhe apresentar duas palavras muito importantes: parcimónia e frugalidade. E porque são tão importantes estas palavras?! Porque se quer ganhar dinheiro você tem de saber poupar, investir na qualidade do seu produto/serviço e cortar em todos os custos supérfluos, principalmente no início.

Lembro-me perfeitamente que quando criei a minha primeira empresa, fiquei quase sem dinheiro logo no início, não porque não era poupado mas porque tinha poucos recursos e investi todo o meu dinheiro de forma a poder fornecer um serviço de qualidade aos meus clientes e não restava mais nada para custos supérfluos.

Lembro-me por exemplo de andar com o meu carro pessoal (que era um ‘charuto’ com 4 rodas) ao serviço da empresa durante alguns anos, apesar de ter dinheiro para comprar um carro novo, sabia também que ter um fluxo de caixa razoável era fundamental para a sobrevivência e crescimento do meu negócio.

Por vezes pode ser frustrante andar algum tempo com um ‘carro velho’, mas desta forma você mantém um fluxo de caixa que lhe permite ‘aguentar o barco à tona nos dias de tempestade’. Como dizia Warren Buffet (um dos homens mais ricos do mundo que curiosamente andou com o mesmo carro por mais de 30 anos), ’só quando a maré baixa é que se vê quem é que está a nadar nu’.

6º Passo: Fuja dos empréstimos a não ser que seja MESMO NECESSÁRIO

Tenho a convicção que podemos lançar milhares de produtos e serviços de sucesso sem necessidade de um grande capital inicial ou de ter que pedir muito dinheiro emprestado. Tenha sempre um ‘pé-de-meia’ que lhe permita lançar de forma autónoma o seu negócio.

Se tem um produto/serviço vencedor provavelmente ele será autofinanciado em pouco tempo.

Existe um provérbio popular que diz ‘a necessidade aguça o engenho’, se precisa de dinheiro a necessidade fará com que seja obrigado a sair da sua zona de conforto e descubra novos caminhos que o levaram até ele, mas não caia no facilitismo de o pedir emprestado porque aí, em vez de um, passa a ter vários problemas.

Se precisa de pão, não peça emprestado, vá à procura de trigo, encontre um moinho, um forno aceso e faça o seu próprio pão.

É claro que existem negócios onde não é possível iniciar atividade sem muito capital ou empréstimos, nesse caso procure capital junto de várias entidades, como os bancos, parceiros ou investidores, mas nunca junto de familiares ou amigos. Porquê?! Porque assim irá evitar uma montanha do tamanho do Everest de confusões e dores de cabeça.

Apesar de não ser uma ciência exata, tenha em mente que apenas uma em cada dez empresas dá certo, ou seja, nove em cada dez empréstimos para empresas novas tem um alto risco de não serem pagos, logo, se as coisas não correrem conforme as suas espectativas, para além de ficar sem dinheiro, ficará a dever a um familiar ou amigo. É claro que existem sempre exceções, no entanto, independentemente da proveniência do seu capital, sugiro que assim que possa, pague o que lhe emprestaram o mais rapidamente possível, mesmo que antecipadamente. Ao fazê-lo irá poupar muito dinheiro e ficará psicologicamente mais aliviado.

7º Passo: Fase do ‘apertar parafusos’

Já iniciou a comercialização do seu serviço ou produto?! Então parabéns, os seus problemas acabaram de começar! Nesta fase são os próprios clientes que sem dó nem piedade irão fazer as suas reclamações e exigências face àquilo que lhe compraram e onde você deverá ter uma resposta bastante ágil e rápida no sentido de responder satisfatoriamente às suas solicitações.

Esta é a fase que chamo de ‘fase do apertar parafusos’ pois figurativamente é o que terá que fazer constantemente de forma a tornar o seu produto/serviço continuamente melhor, mais competitivo, no menor espaço de tempo e pronto para agradar os atuais e futuros clientes.

8º Passo: Construa a sua equipa de sonho em regime de parceria

Um dos grandes problemas de tesouraria das empresas são os custos fixos, nomeadamente em rendas e em empregados. Aprendi desde cedo que só devemos contratar pessoal em 2 ocasiões, a primeira quando o negócio obriga a ter alguém em full-time de forma a garantir um serviço de qualidade, a segunda quando queremos proteger o nosso negócio. Se não tem trabalho para um colaborador a full-time não o contrate, tente desempenhar vários papéis na sua empresa e se porventura precisar de uma valência específica que não consegue assumir ou não tem tempo para a desempenhar, procure por colaboradores talentosos em regime de parceria ou freelance.

9º Passo: Não se acomode, faça o impossível.

O seu negócio está render e tem os custos controlados, ótimo, mas não durma à sombra da bananeira. Um das frases de Steve Jobs que nunca me esqueço é a seguinte, ‘Stay Hungry, Stay Foolish’, com esta frase ele quis dizer que a génese de um empreendedor é a busca constante pela perfeição na resolução de um problema, mesmo que não saibamos ao certo onde isso nos levará.

Por mais inteligentes que sejamos a controlar os nossos custos se a nossa empresa não gera riqueza de nada isso nos servirá. Mantenha a sua empresa em constante evolução, teste novas abordagens, novos mercados, novas soluções e tenho a certeza que irá marcar a diferença de alguma maneira.

10º Passo: Invista os lucros no seu negócio

A melhor forma de obter uma maior eficiência empresarial e fiscal é investir os lucros da sua empresa na sua própria empresa. Desta forma estará a garantir o seu futuro e estará em melhores condições de a fazer crescer para nível superior. É claro que sendo você o principal impulsionador do negócio uma das formas de investimento na empresa e dar a si próprio uma recompensa. Se tem algum dinheiro extra que não comprometa o seu fluxo de caixa, então pode dar-se ao luxo de comprar um carro para si, por exemplo, se isso o fará sentir melhor e mais motivado para alcançar novos e maiores objetivos.

Mas pergunta agora o leitor, então mas isso não é um custo supérfluo?! Este tipo de recompensa não pode ser encarado como um custo supérfluo mas sim com um investimento na empresa, uma recompensa pelo seu trabalho motivada por um fluxo de caixa extra que lhe permite fazer esse investimento sem comprometer a atividade da empresa, é como um acordo que o faz assumir um novo compromisso de modo a fazer mais e melhor para alcançar uma nova recompensa no futuro, é a cenoura à frente do seu nariz.

Não nos podemos esquecer que apesar de sermos ‘seres pensantes’ não deixamos de ser animais, e qual a melhor forma de fazer com que os animais façam aquilo que queremos? Dando-lhes recompensas após terem feito determinada tarefa. Investir na sua empresa pode ter várias vantagens ao nível fiscal, por exemplo ao comprar um carro ou um imóvel em nome da sua empresa tem a vantagem de deduzir parte desse custo nos impostos sobre os lucros da sua empresa.

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