Empresas valorizam sustentabilidade mas não lhe dedicam orçamento

Imagem de anncapictures por Pixabay

Quase 50% das empresas valoriza a sustentabilidade, mas admite não ter orçamento dedicado a esta área, segundo o “Estudo de Impacto COVID-19 na Sustentabilidade” promovido pela Porto Business School e Aliados Consulting que analisou as práticas sustentáveis das empresas portuguesas.

Numa altura em que a sustentabilidade se assume como um forte fator competitivo e de diferenciação, para dar resposta à crise gerada pela pandemia, a Porto Business School e a Aliados Consulting uniram-se para aferir o impacto da COVID-19 na Sustentabilidade das PME e Grandes Empresas a atuar no mercado nacional.

De acordo com esta análise, foi possível concluir que quase metade (48,7%) das empresas inquiridas classifica a sustentabilidade como “muito importante” na estratégia da empresa, mas, por outro lado, 43,6% não possui orçamento dedicado a esta área.

23% dos inquiridos chega a referir que não sabe qual o orçamento dedicado ou se ele existe na empresa, o que indica que ainda há um longo caminho a percorrer, apesar do efeito natural da pandemia que ajudou a acelerar essa transição.

No contexto pré-COVID-19, a maioria das empresas já atribuía uma importância elevada à sustentabilidade, mas isso continua a não estar refletido nas suas práticas, uma vez que, a juntar à falta de orçamento dedicado, existe também uma escassez de iniciativas internas, recursos e estruturas de governança para estimular essas alterações.

As iniciativas adotadas pelas empresas no período pré-pandemia estiveram essencialmente em linha com as tendências observadas no mercado, com foco em questões como resíduos, emissões ou energia.

Por outro lado, a perceção de que a sustentabilidade será um fator competitivo no futuro é um dado adquirido pelas empresas. Quase dois terços das mesmas, manteve o foco na sustentabilidade ao longo do período analisado e, cerca de metade, manterá o mesmo foco e o mesmo orçamento no rescaldo da pandemia.

Torna-se, assim, evidente que o caminho da recuperação económica das empresas passará, em parte, pela sustentabilidade, mas serão necessários mais incentivos – financeiros e não financeiros – para a aposta se tornar mais efetiva.

O estudo permite ainda concluir que as empresas estão mais conscientes das alterações climáticas e entendem que é urgente uma transição “verde”. Uma vez que a fase de reestruturação e recuperação se encontra em marcha, ainda é incerto quais as principais medidas tomadas pelas empresas no contexto da COVID-19.

No entanto, a maioria das empresas inquiridas aponta já como atividades o aumento do foco da sustentabilidade nos seus produtos e serviços, e o fomento da redução do desperdício. Em suma, 74,4% admite uma boa preparação para o mundo pós COVID-19 e para os seus desafios, reiterando o seu otimismo em relação ao futuro.

O “Estudo de Impacto COVID-19 na Sustentabilidade” foi desenvolvido pela Porto Business School e pela Aliados Consulting, com o objetivo de analisar a perceção de pequenas, médias e grandes empresas nacionais a atuar no mercado nacional.

Os inquéritos foram realizados entre outubro e dezembro de 2020, tendo, no total, sido inquiridas 39 empresas de diversos setores, predominantemente dos concelhos do Porto, Lisboa e Aveiro, representando 82,1% dos inquiridos.

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