Liderar com influência num ecossistema em mudança

Estudo Experis revela que a empatia, influência e colaboração são hoje tão importantes quanto o domínio tecnológico para os líderes de TI.

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Num contexto onde a tecnologia se tornou pilar estratégico das organizações, os Chief Information Officers (CIOs) estão a ver as suas funções evoluírem para além do domínio técnico. Segundo o estudo Experis 2025 CIO Outlook, a gestão das relações é hoje uma das competências mais críticas para o sucesso dos líderes de TI — à frente, até, do domínio de ferramentas ou tendências tecnológicas.

“Os CIOs estão no centro das decisões estratégicas, impactando as organizações de forma transversal. É fundamental que desenvolvam competências como empatia, comunicação e influência para conseguirem gerir ecossistemas complexos”, afirma Nuno Ferro, Brand Leader da Experis.

Apesar da sua crescente relevância, muitos CIOs sentem-se incompreendidos dentro das próprias organizações. Mais de metade (56%) afirma que as lideranças sénior não compreendem plenamente o seu papel, o que dificulta a definição de objetivos comuns e o alinhamento de estratégias. A resistência interna à mudança (28%) e a escassez de recursos orçamentais (25%) agravam ainda mais este cenário.

Outros obstáculos incluem a dificuldade em demonstrar o valor das TI (23%), a existência de silos organizacionais (16%) e as expectativas irrealistas dos restantes membros do C-suite (15%). Estes fatores evidenciam que a complexidade do cargo vai muito além da tecnologia — exige uma forte capacidade de navegação política e relacional.

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A importância das relações entre funções

O sucesso dos CIOs está hoje diretamente ligado à colaboração com outros departamentos. Iniciativas digitais de grande escala envolvem, em média, entre 5 e 8 funções e até 35 colaboradores. Neste contexto, habilidades como escuta ativa, visão holística e capacidade de alinhamento tornam-se determinantes.

Segundo o estudo, 31% dos CIOs identificam a relação com os Chief Operating Officers (COOs) como a mais importante para o seu desempenho. Seguem-se os Chief Financial Officers (30%) e, mais distantes, os responsáveis pelas áreas de Recursos Humanos (14%) e Marketing (13%).

Curiosamente, a relação com a área jurídica e com os data officers ainda não é vista como prioritária, apesar do crescente impacto da regulação sobre a tecnologia e os dados.

Ecosistema tecnológico interno também exige atenção

No interior das equipas de tecnologia, as relações com os Chief Technology Officers (CTOs) e Chief Information Security Officers (CISOs) são consideradas críticas por 45% e 41% dos CIOs, respetivamente. Entre os líderes que já aplicam Inteligência Artificial a toda a organização, o peso da relação com os CTOs sobe para 66%.

Este dado revela que, à medida que as empresas avançam na sua maturidade digital, a cooperação entre especialistas torna-se ainda mais relevante para garantir alinhamento, segurança e escalabilidade.

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Perfil de CIO exige inteligência emocional e visão integrada

O estudo da Experis confirma que o papel do CIO em 2025 é cada vez mais híbrido. Para além de dominar a tecnologia, estes líderes devem ser excelentes gestores de relações, capazes de influenciar decisões estratégicas, quebrar silos organizacionais e promover uma visão tecnológica alinhada com os objetivos de negócio.

A capacidade de combinar hard skills e soft skills será determinante para transformar a tecnologia numa verdadeira alavanca de crescimento — para garantir que os CIOs não apenas lideram a digitalização, mas também ajudam a construir culturas organizacionais mais ágeis, colaborativas e orientadas ao futuro.

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