Liisa: Resiliência Empreendedora na Revolução dos NFTs

Equipa da Liisa durante o Web Summit

No universo das criptomoedas e ativos digitais, a Liisa emerge como uma força disruptiva, liderando a revolução no mercado de NFTs (Tokens Não Fungíveis). Sob a liderança de Bernardo Silva, a empresa desenvolve algoritmos de inteligência artificial (IA) que prometem transformar a forma como os investidores transacionam esses ativos digitais. Nesta entrevista, Bernardo Silva, CEO da Liisa, partilha a trajetória da startup, desde a sua fundação passando pelas suas realizações, desafios enfrentados e visão para o futuro.

A ideia nasceu da colaboração entre Bernardo Silva e Paulo Peixoto, a que se juntou uma equipa altamente qualificada. Hoje, a Liisa, destaca-se não apenas pela experiência em IA, mas também nas áreas cruciais de blockchain, engenharia e marketing. A sinergia entre esses profissionais moldou a empresa como uma força inovadora desde o seu início.

“Dentro da equipa, as grandes ideias e as respostas aos problemas mais complexos raramente vêm de uma só pessoa. Acredito que devemos ter a humildade de reconhecer que, na grande maioria dos casos, duas, três ou, no nosso caso, quatro cabeças pensam melhor do que uma. Numa startup jovem como a nossa, acho fundamental haver espaço para que toda a gente na equipa possa dar a sua opinião sobre tudo. Na nossa experiência, as decisões e os seus outputs são sempre melhores quando combinamos diferentes perspetivas”, explica Bernardo Silva.

Na origem do projeto estava a vontade de proporcionar aos investidores de NFTs uma abordagem única e eficiente. Através da sua plataforma, a empresa utiliza algoritmos de IA para indicações de compra e venda baseados em análises preditivas, impulsionando a confiança dos investidores e reduzindo a incerteza no mercado de NFTs. A solução apresenta-se como uma alternativa revolucionária às propostas convencionais, sem a intervenção humana, tomando decisões de forma autónoma com base na IA.

“Só cerca de uma em cada doze pessoas é capaz de tirar lucro do investimento em NFT. A grande maioria perde dinheiro e isto acontece porque as pessoas ou não têm literacia financeira para tomar decisões ou, porque têm o seu próprio trabalho e não conseguem estar em full-time a analisar este tipo de investimento”, sublinha Bernardo Silva.

“Nós olhámos para o mercado e virmos que, embora já existissem soluções através da inteligência artificial nos mercados de crypto e financeiros, não havia nada para o mercado das NFTs. Então resolvemos criar uma nova solução para apresentar com elevada precisão as tendências em NFTs e ajudar os utilizadores no seu processo de descoberta e análise de atividade de investimento.”

Na foto: Bernardo Silva (dir) e Paulo Peixoto (esq), fundadores da Liisa

Sucesso e Reconhecimento Inicial

Desde o lançamento da sua primeira versão, a Liisa tem conquistado destaque no mercado de NFTs. Com mais de 1.500 utilizadores registrados e parcerias estratégicas com mais de 100 empresas do espaço Web 3, a plataforma provou seu potencial. Além disso, uma bem-sucedida ronda de investimento, em fevereiro de 2023, solidificou a posição da Liisa como uma força inovadora a ser reconhecida.

Porém, o percurso da Liisa não foi isento de desafios, evidenciando a resiliência necessária para prosperar no dinâmico ambiente de empreendedorismo. Para Bernardo Silva o fim da “bolha” das transações em NFTs, foi desde logo um desafio inicial, que testou a determinação da equipa.

“Quando começarmos foi quando rebentou a bolha das transações em NFTs. Na altura havia pessoas a comprar fotografias de macacos por 10.000 € e depois rebentou a bolha. Nós, quando chegamos, fomos confrontados com o desafio de ver o mercado a cair e, desde logo tivemos de decidir se ficávamos ou se saíamos.”

“Depois, quando um dos nossos fornecedores de dados aumentou inesperadamente os preços, tornando efetivamente o nosso produto original inviável, tivemos de desistir da nossa ideia inicial e do primeiro produto, que contava já com cerca de 1.500 utilizadores inscritos, e reconstruir praticamente tudo do zero”, acrescenta Bernardo Silva.

Ao longo de todo o percurso empreendedor, os fundadores da Liisa foram obrigados a adaptar-se às mudanças do mercado. Essa experiência não apenas fortaleceu a equipa, mas também resultou numa evolução do produto, demonstrando a agilidade e a visão estratégica diante dos desafios.

“Um empreendedor, na minha opinião, para além de ser capaz de ver sempre o copo meio cheio, precisa de ter a resiliência para trabalhar consistentemente para que essa visão otimista se concretize.”

Foto de Liisa

A Resiliência no Empreendedorismo

Ao Empreendedor, Bernardo Silva revela-se otimista em relação ao futuro do mercado de NFTs. Num cenário ainda volátil, a empresa está comprometida em ajustar o seu foco, visando o crescimento contínuo.

“Nós tínhamos um produto em julho [de 2023], apoiado em redes sociais, e decidimos mudar tudo e passar trabalhar com a inteligência artificial. Estes contratempos, em vez de nos levarem a desistir contribuem para nos ajudar a refletir no logo prazo. E, na nossa perspetiva, o cenário não é pessimista. É bom que o mercado se torne menos especulativo e acreditamos que os NFTs, como as criptomoedas, vão voltar a crescer. Ou seja, num mercado que tem grandes flutuações também nós temos que corrigir o foco. Portanto, acreditamos que o projeto vai crescer”.

Para 2024, a Liisa planeia expandir sua base de clientes, desenvolver novas soluções de trading automatizadas e iniciar uma nova rodada de investimento. Esses objetivos refletem não apenas a confiança da equipa no potencial da sua solução, mas também o seu compromisso em liderar a evolução do mercado de NFTs.

“Sem o apoio de pessoas fora da nossa equipa, provavelmente já cá não estaríamos. Utilizadores, investidores, clientes, parceiros, fundadores de outras startups, incubadoras, amigos, conhecidos, familiares, etc. Pessoas externas abrem-nos portas a novas oportunidades, desafiam as nossas ideias e motivam-nos a ser melhores”, sublinha Bernardo Silva.

“Quando tenho um problema que não consigo resolver dentro da equipa, tendo sempre a pedir ajuda a quem perceba do assunto, e mesmo a quem eu sei que não percebe – por vezes, é daqui que saem as ideias mais fora da caixa”. “Existem infinitas aprendizagens, mas diria que uma das mais importantes é a da partilha com outras pessoas. Falar com outras pessoas é muitas vezes a melhor e mais rápida forma de resolver problemas.”

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