A criatividade não surge apenas das ideias, mas também dos contextos que as rodeiam. Essa é uma das premissas que está a ganhar força nos modelos de trabalho contemporâneos, à medida que empresas e profissionais reconhecem o impacto que o espaço físico tem na motivação e na colaboração. O conceito de diversificação de ambientes — criar espaços distintos para diferentes estados de espírito ou tarefas — está a afirmar-se como um catalisador para equipas mais coesas, criativas e produtivas.
Ambientes diferentes para momentos diferentes
Em Lisboa, o IDEA Spaces tem explorado esta lógica com salas temáticas que respondem a diferentes necessidades emocionais e funcionais ao longo do dia. Há espaços desenhados para promover o foco, como a Sala Mondrian, decorada com as cores primárias e o traço geométrico do pintor holandês; outros que favorecem a informalidade e a libertação de tensão, como a Boxing Room, onde é possível descarregar frustrações antes de uma reunião decisiva.

Esta abordagem tem um propósito claro: permitir que cada membro da equipa encontre o ambiente certo para o tipo de desafio que enfrenta — seja um brainstorming criativo, uma sessão de escrita concentrada ou uma reunião estratégica. “Diferentes ambientes permitem quebrar a rotina e promover emoções positivas”, afirma Diogo Fabiana, Chief Innovation Officer do IDEA Spaces.
Mais do que estética: uma estratégia de bem-estar
A aposta na diversidade espacial não é apenas uma escolha estética ou decorativa. Como explica a arquiteta Cláudia Soares, responsável por parte do design dos espaços: “Cada sala é pensada para cumprir uma função, mas também para criar um impacto emocional positivo. A forma como nos sentimos no espaço afeta o nosso conforto e a nossa produtividade.” É, portanto, uma forma de gerir o bem-estar das equipas através da arquitetura e do design, num tempo em que os modelos híbridos e a flexibilidade são cada vez mais valorizados.

Do silêncio ao estímulo: um coworking com múltiplas atmosferas
A estratégia do IDEA Spaces traduz-se em mais do que funcionalidade. A Sala das Palavras, por exemplo, explora o poder do estímulo visual para quem trabalha com linguagem. Já a Sala de Cinema — com sofás e um ambiente intimista — oferece um lugar onde reuniões longas ganham uma nova energia ou onde uma sessão de equipa pode terminar com um momento de descontração.

Num ambiente de trabalho partilhado, esta variedade também tem um efeito de coesão: promove interações mais humanas, reduz a rigidez hierárquica e cria oportunidades de partilha informal entre equipas e empresas diferentes. A comunidade, quase sempre evocada como um valor central dos espaços de coworking, ganha aqui um suporte físico e emocional.

A motivação constrói-se com espaço para respirar
Num tempo em que a produtividade se mede muitas vezes pela capacidade de adaptação e criatividade, a diversificação de ambientes surge como uma resposta eficaz — e até intuitiva — às exigências de um trabalho mais ágil e mais humano. Ao proporcionar experiências distintas, ajustadas a diferentes tarefas e perfis, estes espaços deixam de ser apenas locais para trabalhar e tornam-se ecossistemas de estímulo, encontro e renovação.