A imigração tem um papel fundamental no mercado de trabalho português e ajuda a sustentar a Segurança Social. Esta é a principal conclusão do estudo “Mitos e Realidades sobre a Migração e o Mercado de Trabalho”, apresentado pela Randstad Research, que confronta as perceções mais comuns sobre os imigrantes com dados oficiais do INE, IEFP, Eurostat e Segurança Social.
Em 2024, os imigrantes contribuíram com 3.645 milhões de euros para a Segurança Social e receberam apenas 687 milhões em prestações, gerando um saldo positivo de 2.958 milhões de euros. Longe de representarem um encargo, os estrangeiros são hoje uma força vital para a economia, ajudando a colmatar a escassez de mão-de-obra, sobretudo em setores como agricultura, hotelaria e serviços de apoio.
O estudo mostra ainda que a população estrangeira residente em Portugal triplicou em 10 anos, superando pela primeira vez 1 milhão de pessoas em 2023. Apesar de mais qualificados — 31,6% têm ensino superior —, muitos continuam a ocupar funções não qualificadas, sendo também mais afetados por contratos temporários e a tempo parcial.
A taxa de desemprego entre estrangeiros é mais elevada do que entre os nativos, atingindo 11,9% no primeiro trimestre de 2025, quase o dobro da média nacional. No entanto, a taxa de desemprego de longa duração é inferior, revelando maior rotatividade e inserção rápida no mercado.
Mais jovens do que a população portuguesa, os imigrantes contribuem para compensar o envelhecimento demográfico. “Este estudo demonstra, com base em dados concretos, que os trabalhadores migrantes são uma força vital para a economia portuguesa”, afirma Isabel Roseiro, diretora de Marketing da Randstad Portugal.
Ao clarificar dados e desmontar mitos, a Randstad pretende promover uma visão mais informada sobre a realidade do mercado de trabalho português e valorizar o papel dos imigrantes no desenvolvimento do país.