O regresso ao trabalho após as férias pode ser vivido como uma queda abrupta na rotina ou como uma oportunidade para redefinir prioridades e reencontrar equilíbrio. A Adecco Portugal, especialista em talento e empregabilidade, defende que este é um momento estratégico no calendário profissional — tanto para renovar a motivação individual como para reforçar a coesão das equipas.
Vânia Borges, Diretora de Recursos Humanos da Adecco Portugal, sublinha que “pequenos ajustes de mentalidade e rotina fazem uma grande diferença. Saber gerir esta fase com inteligência emocional é uma vantagem competitiva, tanto para profissionais como para organizações”.
O regresso ao trabalho como exercício de motivação consciente
Entre as estratégias propostas pela Adecco, destaca-se a importância de não tentar resolver tudo no primeiro dia. Regressar devagar, com foco no essencial, é o primeiro passo para recuperar o controlo e evitar o stress associado ao pós-férias. Organizar antes de executar permite priorizar tarefas, rever processos e retomar a produtividade com mais serenidade.
Criar um ambiente inspirador é outro fator-chave. Mudanças simples — como reorganizar a secretária ou trazer elementos simbólicos das férias — reforçam a sensação de recomeço e estimulam a criatividade. O ambiente físico, tal como o estado emocional, influencia diretamente a capacidade de foco e entusiasmo no trabalho.
Do bem-estar à intenção: pilares para uma rentrée mais equilibrada
Retomar hábitos de bem-estar, como manter um bom sono, alimentar-se com regularidade e incluir pausas reais ao longo do dia, são práticas fundamentais para sustentar a energia mental. A motivação não nasce do esforço contínuo, mas do equilíbrio entre desempenho e cuidado pessoal.
A Adecco sugere também que se estabeleçam microobjetivos para a semana, criando um sentido de progresso gradual. Em vez de metas inalcançáveis, pequenas vitórias diárias ajudam a recuperar o ritmo e reforçam a confiança.
Manter uma ligação com as boas experiências vividas durante as férias — seja um livro, uma ideia ou uma paisagem — pode funcionar como inspiração para definir um novo propósito. Afinal, o regresso não tem de ser um simples retomar de tarefas, mas uma oportunidade para refletir sobre o impacto que se quer ter nesta nova fase.
Regresso com sentido, não com pressão
Outro aspeto crítico é evitar a armadilha da produtividade imediata. Nem tudo se retoma com um clique. Ser exigente é positivo, mas precisa de ser compatível com a realidade do corpo e da mente em transição. Mais do que velocidade, o que conta é consistência e clareza.
Por fim, redefinir uma intenção para esta etapa pode transformar o regresso ao trabalho num ponto de viragem. “Que impacto quero ter? O que quero melhorar?” — são perguntas que ajudam a reorientar o foco e a reconectar com o sentido do trabalho diário.
Num mundo do trabalho cada vez mais exigente, o regresso após as férias não tem de ser um choque. Pode ser, como sublinha a Adecco, uma oportunidade para reencontrar motivação com equilíbrio, propósito e autenticidade. E talvez seja essa a verdadeira definição de produtividade sustentável.
