Saúde: Privados lideram mercado de emprego

Estudo da Randstad mostra que o setor privado lidera o emprego na saúde e que os salários cresceram mais de 50% em dez anos.

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O estudo da Randstad Research mostra que o setor privado emprega quase dois terços dos profissionais de saúde em Portugal e que os salários subiram mais de 50% em dez anos.

O setor da saúde em Portugal vive um dos períodos de maior crescimento das últimas décadas. Segundo um novo estudo da Randstad Research, que analisa dados do INE, Eurostat e IEFP, o emprego na saúde humana e no apoio social representa já 9,7% do total nacional, consolidando-se como um dos maiores empregadores do país.

No segundo trimestre de 2025, o setor contava com 524,5 mil trabalhadores, mais 51,9 mil do que em 2019, o que corresponde a um crescimento de 11% em seis anos. A área das atividades de saúde humana, que inclui hospitais, clínicas e consultórios, continua a ser o principal motor, concentrando 62% do emprego total.

Os privados da saúde assumem hoje um papel predominante, empregando 63,6% dos profissionais, enquanto o setor público é responsável por 36,4%. Em 2023, existiam 118.558 empresas de saúde e apoio social, mais 45% do que em 2013, impulsionadas pelo crescimento de microestruturas de proximidade e serviços domiciliários.

A análise revela também uma forte feminização do setor, com 82% de mulheres, e o aumento contínuo de profissionais independentes, que atingiram 35,2 mil em 2024. O desemprego é residual — apenas 6,7% do total nacional — e afeta sobretudo profissionais com menor qualificação.

O vencimento é outro indicador em destaque: a remuneração média atingiu 1.978 euros em junho de 2025, mais 18,7% do que no ano anterior e 54,8% acima de 2016, situando-se 13,6% acima da média nacional.

Para Luísa Cardoso, Business Unit Manager de clinical & life sciences da Randstad, “o setor da saúde é hoje um verdadeiro pilar económico. A taxa de emprego e o aumento das remunerações revelam não apenas a relevância social do setor, mas também a sua capacidade de gerar valor e estabilidade. A escassez de profissionais e o envelhecimento da força de trabalho exigem políticas ativas de formação e rejuvenescimento.”

A Randstad sublinha que esta evolução reflete uma transformação estrutural do setor, impulsionada pela valorização das funções técnicas e clínicas, pelo reforço salarial no SNS e pela competitividade crescente das entidades privadas, que procuram atrair e reter talento num mercado cada vez mais exigente.

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