Trabalho: Europa a várias velocidades no equilíbrio trabalho-vida

Estudo a 30 economias revela que Portugal regista 34 dias pagos de férias por ano, com grandes diferenças europeias no equilíbrio trabalho-vida.

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Uma análise comparativa a 30 economias desenvolvidas mostra que a Europa mantém fortes desigualdades no número de dias pagos de férias, nas horas de trabalho e no equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Um novo estudo divulgado pela TradingPlatforms, com base em dados da OCDE e do World Happiness Report, revela disparidades significativas entre os países europeus no que diz respeito a dias pagos de férias, horas de trabalho e qualidade de vida. A análise estabelece um Índice de Equilíbrio Trabalho-Vida para 30 economias desenvolvidas e destaca que diversos países estão a reconsiderar as suas políticas laborais, numa altura em que os trabalhadores valorizam cada vez mais o tempo fora do emprego.

Segundo o relatório, Áustria lidera o ranking europeu com 38 dias pagos de descanso por ano, incluindo cinco semanas de férias e 13 feriados públicos. Luxemburgo surge em segundo lugar, com 37 dias, seguido por seis países com 36 dias no total: Finlândia, Dinamarca, Suécia, Reino Unido, França e Espanha. Já Portugal regista 34 dias pagos por ano, colocando-se entre os dez países com maior número de dias de descanso. Na base da tabela aparece Turquia, com apenas 26 dias, enquanto Irlanda e Países Baixos oferecem 29 dias cada.

O estudo inclui ainda indicadores como rendimento disponível, tempo de deslocação, horas médias trabalhadas e satisfação com a vida. De acordo com os dados recolhidos, a Alemanha apresenta as horas de trabalho mais baixas do conjunto analisado, com uma média anual de 1 331 horas por trabalhador. Imediatamente acima situam-se os países nórdicos, onde a carga laboral é mais equilibrada. A Finlândia lidera o índice geral de equilíbrio trabalho-vida, com 73,39 pontos em 100, beneficiando de elevados níveis de satisfação e menor pressão laboral.

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Em declarações, o analista de dados Martin Tunchev afirma que “as diferenças entre países revelam abordagens distintas à qualidade de vida e ao suporte ao trabalhador. A análise mostra que é possível combinar dias de descanso, menor carga laboral e satisfação pessoal sem comprometer a competitividade económica”.

A recolha integrou dados de 2023 e 2024 sobre férias mínimas legais, feriados públicos, horas de trabalho, rendimentos e indicadores de bem-estar. O estudo sugere que a valorização do tempo pessoal e a pressão por políticas laborais mais equilibradas podem ganhar força nos próximos anos, sobretudo à medida que os trabalhadores europeus atribuem maior importância à vida fora do emprego.

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