Tendências Salariais 2025: setores tradicionais mantêm melhores salários

Estudo da Randstad Research revela que áreas como construção, saúde e logística continuam a liderar em procura e remuneração, mesmo com o avanço da automação e da inteligência artificial.

Foto de Diana Eller em Freepik

Os setores da economia real, como construção, saúde e logística, mantêm-se entre os mais valorizados no mercado português, oferecendo melhores salários e maior procura por profissionais, segundo o estudo “Tendências Salariais 2025” da Randstad Research. A análise mostra que, apesar do crescimento da automação e da inteligência artificial (IA), a transformação digital não elimina postos de trabalho de forma linear, mas redefine competências e cria novas funções em áreas como Big Data, energias renováveis e cibersegurança.

O estudo, que combina dados internos da Randstad com estatísticas do INE e referências internacionais como o Future of Jobs Report 2025 do World Economic Forum, oferece uma leitura transversal da evolução salarial em Portugal. Para as empresas, funciona como ferramenta estratégica na definição de políticas de remuneração e retenção de talento; para os profissionais, permite identificar as áreas com maior potencial de progressão e valorização.

De acordo com os resultados, o setor das Tecnologias de Informação mantém-se como o mais competitivo, com salários que podem atingir os 55.000 euros anuais, refletindo a escassez de perfis especializados em IA, cloud, cibersegurança e data engineering. Também as áreas de Life Sciences & Healthcare registam salários acima dos 45.000 euros anuais, impulsionados pela pressão estrutural sobre o sistema de saúde. Já setores como marketing e vendas apresentam elevada amplitude salarial, enquanto engenharia e indústria continuam sólidos, com procura crescente por gestores de projeto e engenheiros de produção.

Por oposição, áreas administrativas e de suporte, como finanças, recursos humanos e jurídica, registam salários mais modestos, em torno dos 32.000 euros anuais, refletindo maior oferta de profissionais e maior exposição à automação.

“A grande mais-valia deste estudo é traduzir a realidade salarial em Portugal de forma objetiva e comparável entre setores. Ao combinar dados internos e externos, conseguimos oferecer às empresas uma ferramenta estratégica para ajustar políticas de remuneração e identificar áreas críticas de escassez de talento. Para os profissionais, é também uma oportunidade para compreender onde estão as maiores oportunidades de progressão e em que competências devem investir”, explica Isabel Roseiro, Diretora de Marketing da Randstad Portugal.

A Randstad conclui que a IA e a automação estão a transformar sobretudo tarefas administrativas e repetitivas, como funções de secretariado ou operadores de caixa. No entanto, impulsionam também a criação de novos perfis em áreas digitais e tecnológicas, ao mesmo tempo que reforçam a valorização de setores estruturantes da economia, como saúde, construção e logística.

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