João Silva Santos, defende que o mérito é mais do que esforço individual: é a capacidade de compreender o contexto, diferenciar-se e gerar impacto coletivo.
No debate contemporâneo sobre oportunidades, desigualdade e sucesso, o mérito é um conceito inevitável. Para uns, é o motor do progresso; para outros, um mito que mascara privilégios estruturais. Entre estes extremos, surge a figura do meryter: o indivíduo que, consciente das regras do jogo, consegue destacar-se não apenas pelo esforço pessoal, mas também pela forma como lê o contexto e gera impacto.
1. Reconhecer o ponto de partida
O mérito não acontece no vazio. Um meryter começa por mapear os recursos e limitações do seu contexto — sejam eles económicos, sociais ou culturais. É essa consciência que permite traçar estratégias realistas e consistentes, em vez de perseguir ideais inalcançáveis.
2. Transformar disciplina em capital
O esforço individual continua a ser a pedra angular da meritocracia. Mas, no século XXI, disciplina é mais do que trabalhar horas extra: é gerir energia, informação e redes. O meryter converte disciplina em capital tangível — produtividade, reputação e credibilidade.
3. Investir em diferenciação estratégica
Na economia do conhecimento, quem faz “mais do mesmo” dilui-se. O meryter identifica uma área de especialização, constrói autoridade e aposta em competências que não podem ser facilmente substituídas pela automação ou pela concorrência global.
4. Construir uma rede de legitimidade
O conceito de mérito não é apenas individual — é também relacional. Ser reconhecido por ele implica inserção em ecossistemas de decisão. O meryter constrói alianças, colabora em projetos de impacto e desenvolve uma rede que legitima o seu valor.
5. Converter conquistas em impacto coletivo
O verdadeiro mérito não termina no sucesso individual. O meryter contemporâneo transforma resultados pessoais em contributos sociais: lidera projetos inclusivos, cria oportunidades para outros e deixa marcas que perduram. É neste ponto que o mérito se transforma em legado.
Ser um meryter não é apenas vencer dentro da lógica corporativa, mas questionar, adaptar e alargar os seus limites. O futuro do mérito não se medirá apenas por prémios ou estatutos individuais, mas pela capacidade de alinhar conquistas pessoais com impacto económico e social sustentável.