Linde, NVIDIA e Accenture testam armazém virtual com IA na Europa

Armazém virtual com inteligência artificial prevê falhas e otimiza operações logísticas em tempo real.

Foto de Linde Material Handling

A Linde, a NVIDIA e a Accenture estão a testar um armazém virtual com inteligência artificial capaz de prever falhas e otimizar operações em tempo real.

A Linde Material Handling, em parceria com a NVIDIA e a Accenture, está a desenvolver uma plataforma de inteligência artificial que cria um armazém virtual gerido por inteligência artificial, permitindo antecipar problemas operacionais e otimizar processos antes de qualquer intervenção no espaço físico. A tecnologia encontra-se em fase piloto em vários países europeus e poderá redefinir a intralogística ao aumentar segurança, eficiência e precisão operacional.

O projeto assenta no NVIDIA Omniverse, tecnologia que recria uma réplica digital continuamente atualizada do armazém. Esta representação virtual acompanha em tempo real movimentos de empilhadores, localização de paletes, fluxos de mercadorias e potenciais congestionamentos. Com base nestes dados, o sistema simula cenários, identifica riscos e recomenda ações imediatas, reduzindo falhas e melhorando a eficiência.

Segundo Ângelo Correia, Country Manager Portugal do Grupo KION, “esta tecnologia muda a forma como os armazéns operam. Deixa de ser necessária uma reação quando algo corre mal: a plataforma prevê falhas, ajusta automaticamente processos e permite decisões mais inteligentes”. O responsável sublinha que esta capacidade de previsão é particularmente relevante num mercado como o português, “onde cada metro e cada minuto contam”.

A plataforma integra informação recolhida por câmaras inteligentes, sensores, veículos autónomos e sistemas de gestão, analisando-a em tempo real. Situações como paletes instáveis, corredores congestionados ou entradas inesperadas de mercadoria são detetadas de imediato, levando o sistema a redefinir rotas e redistribuir tarefas de forma automática.

Com base neste gémeo digital, equipas de engenharia e operações podem testar alterações em ambiente virtual antes de as aplicarem no terreno. Esta abordagem reduz erros, acelera decisões e diminui os custos associados a mudanças estruturais.

Para criar a réplica digital, a Linde MH utiliza tecnologia capaz de mapear um armazém completo em cerca de 40 a 60 minutos, sem necessidade de interromper operações. O processo, semelhante ao “Street View”, recolhe dados milimétricos sobre distâncias, prateleiras, alturas e inclinações do piso.

A Linde considera esta solução um passo decisivo para o futuro da intralogística, onde a convergência entre inteligência artificial, gémeos digitais e automação permitirá planear e gerir operações de forma mais eficiente. “É uma oportunidade particularmente relevante para Portugal, onde muitas empresas precisam de fazer mais com menos”, afirma Ângelo Correia, destacando que a tecnologia poderá democratizar o acesso a níveis avançados de inteligência operacional.

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