António Miguel da MAZE: “O impacto faz-se, não se encontra”

Antonio Miguel managing partner da Maze
Foto: António Miguel em LinkedIn

A investidora MAZE apresentou o seu relatório de análise a sete anos de atividade na promoção de inovação no setor social. Criada pela Fundação Gulbenkian para apoiar startups com soluções de impacto social, a MAZE acelerou 100 startups e investiu 10 milhões de euros em 18 startups, ajudando a criar cinco Social Impact Bonds (investimento em pagamento por resultados) e desenvolvendo projetos sociais, a par com o setor público.

Foi em 2013 que a Fundação Calouste Gulbenkian lançou a MAZE, uma investidora europeia para iniciativas inovadoras com impacto social. Atualmente gere um fundo de capital de risco de impacto, denominado MSM, ao mesmo tempo que colabora com o setor público no desenho de serviços inovadores, com vista a uma recuperação sustentável e inclusiva.

Atuando em três eixos: aceleração, investimento e setor público, a MAZE pretende “provocar conversas intersectoriais” para um capitalismo mais inclusivo e sustentável. “Em 2013 o elemento dominante eram soluções com base em assistencialismo e filantropia pura”, recorda António Miguel, managing partner da MAZE. “Descobrimos que há novas formas de investir para desempenhos e retornos interessantes, ao mesmo tempo que criamos impacto. O modelo que propomos, para as empresas, é que lucrem enquanto resolvem problemas sociais.”

Para António Miguel, hoje existe uma perceção de liderança de Portugal neste setor na Europa, que não se verificava há sete anos, “e nós temos muito orgulho em ter contribuído para este crescimento”. Enquanto ecossistema, a MAZE também amadureceu. “As duas maiores lições que retiramos deste “labirinto” é que o impacto faz-se, não se encontra; e que não interessa a ferramenta usada, mas sim a importância dada à resolução do problema para criar o maior impacto possível”.

Para a MAZE, ainda há um grande caminho a percorrer, “nomeadamente influenciar o setor público para que adote e internalize projetos de inovação social”. Mas a pandemia foi, para António Miguel, um ponto de viragem essencial para a sustentabilidade. “A pandemia trouxe coisas boas para a tecnologia, comércio eletrónico e adoção de ferramentas de software, mas outras partes da economia ficaram para trás e criaram e aprofundaram desigualdades. É aqui que estão as grandes oportunidades de negócio para startups de impacto que queiram endereçá-las. O investimento em ativos ESG (Environmental, Social e Governance) cresceu exponencialmente com a pandemia e devemos aproveitá-lo. Estamos a entrar na década do impacto.”

Ao longo deste tempo a MAZE investiu em três soluções distintas que contribuem para a empregabilidade e o impacto do setor social: por um lado, através do Título de Impacto Social na Academia de Código; com a aceleradora Maze X, na Chatterbox; e a Student Finance, através do fundo MSM. Para os próximos sete anos, a MAZE pretende continuar a criar novos fundos de impacto e soluções de aceleração que se foquem em temas específicos como a economia circular, a saúde mental, o acesso a serviços de saúde, a educação, a empregabilidade e a recuperação económica.

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