CEOs são os principais responsáveis pela ética na IA das empresas

Imagem de Tung Nguyen do Pixabay

Uma clara maioria dos inquiridos no estudo da IBM deste ano apontaram para um executivo não técnico como o principal defensor da ética na IA. Este resultado revela uma significativa mudança na perceção desta responsabilidade quando comparando com o mesmo estudo em 2018. Ainda assim, embora 79% dos CEOs inquiridos digam estar preparados para implementar práticas de ética na IA, menos de um quarto das organizações estudadas atuaram nessa área.

O estudo do IBM Institute for Business Value (IBV) revelou uma mudança radical nos responsáveis que lideram e defendem a ética na Inteligência Artificial (IA) nas organizações. Quando questionados sobre qual a função que é primordialmente responsável pela ética na IA, 80% dos inquiridos apontaram um executivo não técnico – como o CEO – como o principal defensor da ética na IA, uma posição que revela uma subida acentuada face aos 15% registados em 2018.

O estudo indica ainda que, apesar do forte impulso rumo a uma IA de confiança, incluindo a obtenção de um melhor desempenho em comparação com os pares em sustentabilidade, responsabilidade social e diversidade e inclusão, continua a existir um fosso entre a intenção dos líderes e ações significativas a esse respeito.

Além dos CEOs também os membros do Conselho de Administração (58%) e os acionistas (53%) são agora vistos pelos inquiridos como os que têm mais responsabilidade pela ética na IA dentro das organizações. Valores bem acima dos responsáveis técnicos como Consultores Jurídicos (10%), Responsáveis de Privacidade (8%) e de Risk & Compliance (6%).

Foto de Gerd Altmann em Pixabay

A construção de IA de confiança é percecionada como um diferenciador estratégico e as organizações estão a começar a implementar mecanismos de ética na IA. Mais de três quartos dos líderes empresariais inquiridos este ano concordam que a ética na IA é importante para as suas organizações, acima dos cerca de 50% do estudo em 2018.

Ao mesmo tempo, 75% dos entrevistados acreditam que a ética é uma fonte de diferenciação competitiva, e mais de 67% dos inquiridos que consideram importantes a IA e a ética na IA indicam que as suas organizações superam os seus pares em termos de desempenho em sustentabilidade, responsabilidade social, e diversidade e inclusão.

Muitas empresas começaram a fazer avanços neste sentido. De facto, mais de metade dos inquiridos dizem que as suas organizações tomaram medidas para incorporar a ética na IA na sua atual abordagem à ética empresarial e 45% dos inquiridos dizem que as suas organizações criaram mecanismos de ética específicos para a IA, como ferramentas/abordagens de avaliação de risco dos projetos de IA e processos de auditoria e revisão.

No entanto, menos de um quarto dos responsáveis inquiridos admitem que as suas organizações operacionalizaram a ética na IA, e menos de 20% dos inquiridos concordaram significativamente que as práticas e ações da sua organização correspondem (ou excedem) os princípios e valores que foram declarados.

“Como muitas empresas hoje em dia usam algoritmos de IA em todo o seu negócio, potencialmente enfrentam crescentes exigências internas e externas para conceberem estes algoritmos de forma a serem justos, seguros e confiáveis; no entanto, tem havido pequenos progressos em toda a indústria na incorporação da ética nas suas práticas de IA”, disse Jesus Mantas, Global Managing Partner do IBM Consulting.

“Os resultados do nosso estudo do IBV demonstram que a construção de uma IA de confiança é um imperativo de negócio e uma expetativa social, e não apenas uma questão de conformidade. Como tal, as empresas podem implementar um modelo de governação e incorporar princípios éticos ao longo de todo o ciclo de vida da IA.”

A ética na IA requer uma abordagem holística para incentivar, gerir e governar soluções de IA em todo o ciclo de vida da IA, desde a definição da cultura certa para promover a IA de forma responsável, até às práticas, políticas e produtos. O momento para as empresas agirem é agora, considera o responsável da IBM Consulting. Ter uma ampla estratégia de ética na IA integrada em todas as unidades de negócio pode ser uma vantagem competitiva.

O estudo “AI ethics in action: An enterprise guide to progressing trustworthy AI”, foi realizado pelo IBM Institute for Business Value (IBV) e entrevistou 1.200 executivos em 22 países de 22 indústrias para perceber qual a posição dos executivos quanto à importância da ética na IA e na forma como as organizações a estão a operacionalizar. O estudo foi realizado em cooperação com a Oxford Economics em 2021.

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