Enviesamento humano é um obstáculo à sustentabilidade

Foto de Keagan Henman no Unsplash

61% das pessoas acreditam que os bots terão êxito na sustentabilidade corporativa. Um estudo global constata que 94% das pessoas acreditam que a sociedade não fez progressos suficientes em iniciativas sociais e de sustentabilidade, porém a maioria acredita que as máquinas serão capazes de fazê-lo.

Segundo uma pesquisa da Oracle e Pamela Rucker, Consultora de CIO, Instrutora de Desenvolvimento Profissional de Harvard, a quase totalidade dos líderes empresariais acredita que o enviesamento humano e os sentimentos prejudicam as iniciativas de sustentabilidade corporativa. A maioria espera que a tecnologia possa ajudar as empresas a obter êxito onde os humanos falharam.

O estudo “No Planet B” realizou uma pesquisa com mais de 11.000 consumidores e líderes de negócios em 15 países e descobriu que as pessoas estão cansadas da falta de progresso que a sociedade está a ter em relação às iniciativas sociais e de sustentabilidade e acreditam que a tecnologia pode ajudar as empresas a transformar o discurso em ação. Sendo certo também que as empresas que não assumirem uma posição clara no caminho da sustentabilidade, acabarão penalizadas na sua cota de mercado.

“Os eventos dos últimos dois anos colocaram a sustentabilidade e as iniciativas sociais em foco e as pessoas estão a exigir mudanças concretas. Embora haja desafios para solucionar esses problemas, as empresas têm uma grande oportunidade de mudar o mundo para melhor”, disse Pamela Rucker, Consultora de CIO e Instrutora de Desenvolvimento Profissional de Harvard.

“As pessoas estão a exigir mudanças concretas”

Com efeito, 93% dos inquiridos acreditam que a sustentabilidade e os fatores sociais são mais importantes do que nunca e 80% disseram que os eventos nos últimos dois anos as levaram a mudar as suas ações. Ainda assim, 94% acreditam que a sociedade não fez progressos suficientes, sendo que 42% atribuem a falta de progresso ao facto de as pessoas estarem muito ocupadas com outras prioridades, 39% acreditam que é o resultado de maior foco nos lucros de curto prazo em comparação com os benefícios de longo prazo e 37% acreditam que as pessoas são muito preguiçosas ou egoístas para ajudar a salvar o planeta.

Esta imobilidade deixa 78% dos inquiridos cansados e frustrados e 89% acreditam que as empresas devem exigir resultados em vez de dizer que “estão a dar prioridade às práticas ambientais e sociais (ESG)”. 45% consideram mesmo que essa responsabilidade é maior nas empresas , já que elas podem fazer mudanças mais significativas na sustentabilidade e nos fatores sociais do que os indivíduos ou governos sozinhos.

Essa mudança poderia ser acelerada associando as empresas à tecnologia. A pesquisa revelou que 84% acreditam que, com a ajuda da Inteligência Artificial (IA) as empresas fariam mais progresso em relação à sustentabilidade e objetivos sociais e 61% apontam os bots como a ferramenta adequada para obter êxito onde os humanos falharam.

Foto de Daniel Öberg no Unsplash

Bots para acelerar a sustentabilidade

Os líderes empresariais sabem que os esforços de sustentabilidade são fundamentais para o sucesso corporativo e até confiam em bots mais do que em humanos para impulsionar as iniciativas sociais e de sustentabilidade.

92% dos responsáveis empresariais inquiridos no estudo da Oracle acreditam que os programas de sustentabilidade e ESG são fundamentais para o sucesso das organizações. Os executivos identificaram os três principais benefícios como consolidação da marca (40%), aumento da produtividade (39%) e aquisição de novos clientes (38%).

Quase todos os líderes empresariais (91%) estão a enfrentar grandes obstáculos ao implementar iniciativas de sustentabilidade e ESG. Os maiores desafios incluem alcançar as métricas de ESG de parceiros e terceiros (35%), a ausência de dados (33%) e processos de relatórios manuais demorados (32%).

“A verdade é que a tecnologia que pode eliminar todos os obstáculos das iniciativas de ESG já está disponível, e as organizações que fizerem isso corretamente podem não apenas oferecer suporte às comunidades e ao meio ambiente, mas também obter ganhos significativos de receita, economia de custos e outros benefícios que impactam o resultado final”, disse Juergen Lindner, vice-presidente sénior e CMO, Global Marketing SaaS da Oracle.

96% dos líderes de negócios admitem que o enviesamento humano e os sentimentos muitas vezes desviam o foco do objetivo final e 89% acreditam que as organizações que usam a tecnologia para ajudar a impulsionar práticas de negócios sustentáveis serão as que terão sucesso a longo prazo.

93% afirmam que confiariam mais num bot, em vez de num humano, para tomar decisões sociais e de sustentabilidade. Acreditam que os bots são melhores em angariar diferentes tipos de dados sem erros (43%), tomar decisões racionais e imparciais (42%) e prever resultados futuros com base em métricas/desempenho prévio (41%).

Maioria confia mais num bot, em vez de num humano, para tomar decisões sociais e de sustentabilidade

A automação não é, no entanto, a panaceia para o sucesso das iniciativas sociais e de sustentabilidade. Os líderes empresariais acreditam que as pessoas ainda são essenciais na implementação de mudanças com base no feedback das partes interessadas (48%), em orientar outras pessoas sobre as informações necessárias para tomar decisões (46%) e em tomar decisões estratégicas informadas pelo contexto (42%).

Foto de Warren Wong no Unsplash

Empresas que não investem em iniciativas sociais e de sustentabilidade perdem mercado

As empresas precisam de priorizar a sustentabilidade e as questões sociais e repensar como usam a tecnologia para causar impacto ou terão de enfrentar grandes consequências. 70% das pessoas estariam dispostas a abandonar uma marca que não leva a sério as iniciativas sociais e de sustentabilidade e 69% até deixariam a empresa atual para trabalhar para uma marca com maior foco nessas iniciativas.

Os líderes empresariais entendem a importância e a urgência destes temas. 94% acreditam que as métricas sociais e de sustentabilidade devem ser usadas para informar as métricas de negócios tradicionais e 91% desejam aumentar o investimento em sustentabilidade.

“Os resultados mostram que as pessoas são mais propensas a fazer negócios e trabalhar para organizações que agem com responsabilidade em relação à nossa sociedade e ao meio ambiente. Este é o momento ideal. Embora o pensamento tenha evoluído, a tecnologia também evoluiu e pode desempenhar um papel fundamental na superação de muitos dos obstáculos que impediam o progresso”, acrescenta Pamela Rucker.

94% das pessoas querem obter progresso em termos de sustentabilidade e fatores sociais para estabelecer formas mais saudáveis de se viver (50%), salvar o planeta para as gerações futuras (49%) e ajudar a construir um mundo com menos desigualdade (46%).

Foto de Alexander Abero no Unsplash

Se as organizações pudessem demonstrar claramente o progresso que estão a fazer em questões ambientais e sociais, as pessoas estariam mais dispostas a pagar mais por produtos e serviços (87%), investir nelas (83%) e trabalhar para elas (83%).

Os resultados são baseados numa pesquisa realizada pela Savanta, Inc. entre 25 de fevereiro e 14 de março de 2022 com 11.005 entrevistados globais de 15 países em todos os continentes. A pesquisa explorou atitudes e comportamentos de consumidores e líderes empresariais em relação às iniciativas sociais e de sustentabilidade, juntamente com o papel e as expectativas da inteligência artificial (IA) e robôs em iniciativas ambientais, sociais e governamentais (ESG).

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