Desafios ambientais preocupam gestores

Ilustração de Elena Mozhvilo no Unsplash

Gestores de todo o mundo consideram que as questões ambientais são o principal desafio para o mundo dos negócios. O inquérito realizado pela Aliança de Universidades e Escolas de Gestão (CEMS) junto de mais de 4000 profissionais, em 75 países, revelou que a emergência ambiental suplantou o avanço tecnológico como o desafio prioritário para as empresas no século XXI.

Os resultados do inquérito do CEMS – a Aliança global de 34 Universidades e Escolas de Gestão – revela que os profissionais de todo o mundo consideram que a crise ambiental é o desafio mais avassalador que os líderes empresariais enfrentam no século XXI.

O inquérito realizado a 4.206 profissionais, de 75 países, revela que, em 3 anos, os desafios ambientais superaram significativamente o rápido avanço tecnológico como a maior ameaça global aos negócios.

Foto de veeterzy no Unsplash

No mesmo estudo, em 2018, 23% dos profissionais classificaram a preocupação com o meio ambiente como um dos principais desafios enfrentados pelos líderes empresariais no século XXI, atrás da tecnologia (28%). No entanto, no inquérito realizado em setembro de 2021 as questões ambientais passaram a ser a principal preocupação para 43% dos profissionais, enquanto os desafios tecnológicos passaram a figurar em segundo lugar (27%).

Ainda assim estes dois temas continuam a destacar-se como os maiores desafios para os negócios globais, muito à frente das mudanças de poder político e económico mundial (14%), a instabilidade política (6%) e até mesmo as pandemias globais (3%).

No caso dos empresários portugueses os números foram ainda mais expressivos quanto à relevância dos desafios ambientais. Dos mais de 4 mil inquiridos pelo estudo, 291 são portugueses, dos quais 48% nomearam a preocupação com o meio ambiente como o desafio prioritário.

29% dos inquiridos portugueses neste estudo identificaram os avanços tecnológicos, enquanto 9% referiram as mudanças de poder político e económico mundial e 8% a instabilidade política como principais perturbações à atividade empresarial. Desafios como pandemias, movimento populacional em grande escala ou extremismo não tiveram praticamente expressão no inquérito respondido pelos empresários portugueses.

Foto de Adeolu Eletu no Unsplash

Uma mudança impressionante

Para Lars Strannegard, Vice-Presidente da CEMS Global Alliance e Presidente da Stockholm School of Economics, estes resultados “revelam uma mudança impressionante no número de profissionais em todo o mundo que veem a emergência ambiental em curso, incluindo o desastre climático iminente, como o maior desafio que os líderes empresariais internacionais terão de enfrentar no século XXI.”

Para este responsável, a mudança de atitude face à transição digital resulta da aceleração e disseminação da digitalização impulsionada pela pandemia de COVID-19 “Os profissionais abraçaram totalmente as formas digitais de trabalho porque não existia outra forma de lidar com a situação que se colocou.”

Lars Strannegard acrescentou ainda que “este é um período único na história mundial, que requer líderes excepcionais, que podem coletivamente apresentar soluções inovadoras para enfrentar a emergência climática iminente. A par da realização do COP26, os resultados do nosso inquérito acrescentam peso à necessidade de ação coletiva de empresas e governos sobre o meio ambiente agora, antes que seja tarde demais.”

Foto de Charles Deluvio no Unsplash

O CEMS é a Aliança de 34 Universidades, e Escolas de Gestão, entre as quais algumas das melhores do mundo (5 Universidades estão no top 10 do ranking do Financial Times e 10 estão no Top 20). A pesquisa foi realizada em setembro de 2021 e incidiu junto de ex-alunos, residentes em 75 países, dos quais, um numero significativo ocupa cargos de relevância na administração de empresas e outras organizações.

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