Paddy Cosgrave regressa à liderança da Web Summit após controvérsia sobre comentários anti-Israel

Foto de Web Summit

Cerca de seis meses após deixar a presidência da Web Summit devido a comentários controversos sobre os ataques israelitas na Faixa de Gaza, Paddy Cosgrave retoma o cargo de CEO da cimeira tecnológica que fundou, prometendo mudanças no formato do evento.

O empreendedor irlandês anunciou o seu retorno como CEO da empresa, menos de seis meses depois de ter deixado o cargo devido à perda de patrocínios decorrente dos seus comentários nas redes sociais sobre os ataques de Israel à população palestiniana, em Gaza.

Cosgrave retoma o cargo após um período de controvérsia e mudanças na administração. A sua decisão de voltar ao cargo de CEO pode indicar um desejo de conduzir a empresa numa direção diferente, como sugeriu no seu comentário no X (antigo Twitter) sobre a intenção de tornar a conferência “mais pessoal e menor”.

A Web Summit é uma empresa de eventos de tecnologia que acolhe inúmeras conferências em vários países do mundo, sendo a maior e mais proeminente delas em Lisboa, que atraiu mais de 70.000 participantes nos últimos anos.

Publicação de Paddy Cosgrave, no X, anunciando o retorno

O retorno de Paddy Cosgrave à liderança da Web Summit ocorre após uma fase em que ele foi forçado a renunciar devido à perda de patrocínios decorrentes dos seus comentários nas redes sociais.

Uma semana após o ataque do Hamas em 7 de Outubro de 2023, Cosgrave expressou, numa comunicação no X, o seu choque face à posição e à retórica de muitos governos e líderes ocidentais relativamente a Israel, enfatizando que “os crimes de guerra continuam sendo crimes de guerra, mesmo quando perpetrados pelas forças aliadas, e devem ser identificados como tal”.

Os comentários de Cosgrave atraíram críticas de figuras notáveis da indústria tecnológica, como Adam Singolda, o fundador da Taboola, que respondeu dizendo: “Quando as mães testemunham os seus filhos sendo queimados, não é hora de ter razão”.

Em resposta ao clamor público, Cosgrave pediu desculpas, condenou o ataque do Hamas e afirmou o seu apoio ao direito de Israel à autodefesa, mas instou o país a aderir ao direito internacional. Posteriormente, ele acabaria por renunciar ao cargo, afirmando que sua presença estava causando distração excessiva.

Katherine Maher, ex-CEO da Wikimedia, foi nomeada CEO pela administração do Web Summit, enquanto Cosgrave manteve 80% da propriedade do negócio. A saída de Maher após três meses para se tornar CEO da NPR abriu caminho para o retorno de Cosgrave ao seu cargo.

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