Trabalho remoto em 2025: entre a consolidação e a reinvenção

Em 2025, o trabalho remoto amadurece. Adecco Portugal analisa os novos modelos híbridos, riscos e desafios de cultura organizacional.

Foto de DCStudio no Freepik

O trabalho remoto, que nos últimos anos se afirmou como uma das transformações mais marcantes do mercado laboral, atravessa em 2025 uma fase de redefinição. Uma análise da Adecco Portugal revela um cenário complexo, em que empresas e colaboradores procuram um novo equilíbrio entre produtividade, bem-estar e cultura organizacional. Já não se trata de uma transição forçada — é uma fase de maturidade.

O modelo híbrido impõe-se, mas com nuances

Segundo a Adecco, o trabalho remoto deixou de ser um fenómeno linear. Setores digitais como a tecnologia, o marketing e os serviços partilhados continuam a valorizar modelos totalmente ou parcialmente flexíveis. Em contrapartida, áreas como a indústria, a banca ou a saúde estão a reforçar a presença física, muitas vezes motivadas pela necessidade de garantir cultura interna, coesão de equipas e supervisão direta.

“O verdadeiro desafio das empresas hoje está em encontrar fórmulas que garantam performance e proximidade, sem comprometer o equilíbrio e a motivação das equipas”, afirma Alexandra Andrade, Country Manager da Adecco Portugal.

Imagem de Rolf Hassel por Pixabay

Riscos e oportunidades no novo contexto

O modelo remoto apresenta benefícios claros — flexibilidade, autonomia, gestão do tempo — mas também riscos. Entre os principais desafios identificados pelos colaboradores estão o isolamento, a dificuldade em desligar, as barreiras à progressão na carreira e o sentimento de distanciamento em relação à organização. Cerca de um terço dos profissionais afirma sentir-se menos ligado à empresa desde que deixou o escritório, segundo o estudo Global Workforce of the Future do Grupo Adecco.

Perante este cenário, as organizações estão a apostar em modelos híbridos mais estruturados, com políticas bem definidas, momentos presenciais regulares, tecnologia colaborativa e métricas de acompanhamento. O tempo do improviso passou.

Cultura organizacional: o elo invisível

Num ambiente em que o espaço físico deixou de ser o principal veículo da cultura empresarial, a liderança, a comunicação e o propósito comum ganham relevo. A cultura organizacional tornou-se um fator crítico para o engagement e a retenção de talento. As empresas que conseguirem preservar esta cultura — mesmo à distância — serão as mais bem posicionadas para liderar o futuro do trabalho.

“ O trabalho remoto não está a desaparecer — está a amadurecer”, reforça Alexandra Andrade. Mais do que um benefício, a flexibilidade é agora uma competência de gestão. Cabe às organizações usá-la com intenção, estrutura e visão.

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