A grande mentira de estar ocupado

Eu não sei se você empreende ou não, mas certamente quando pensa na atividade principal da sua vida, quase sempre vem aquela pergunta: ‘será que estou me dedicando àquilo que é mais importante?

Talvez a pergunta não ocorra tantas vezes, como a alguém como eu, entusiasmado por empreendedorismo de alto impacto, que a toda hora estou me perguntando isso. Às vezes pareço que nem o burro do Shrek – chato questionando se já chegou – repetitivo e incómodo, até para mim mesmo.

O INSIGHT

Há alguns dias, quando estava ajudando uma startup do ramo de comida, perguntei a um colega sobre as atividades que estavam acontecendo, e como eu poderia ser um pouco mais útil, pois sentia que podia e devia fazer mais.

Ele disse que estava tudo indo bem, mas estava muito ocupado naquele instante. Na pergunta de rotina e até para ver se podia auxiliar, já que estava ali querendo acelerar as coisas, questionei – No que você está ocupado? Para minha surpresa era algo claramente não essencial para o projeto naquele momento. Uma daquelas coisas que se deixasse para depois, não atrapalharia em absolutamente nada o que precisávamos fazer.

Foi quando me lembrei que essa pessoa vivia comentando no whatsapp que estava ‘em uma correria tremenda, sem tempo para respirar‘. Ficou na minha cabeça – ‘pode até ser, mas será que era com coisas importantíssimas ou como essas, sem sentido para o momento?‘.

DENTRO DA NOSSA REALIDADE

Levei mais adiante e percebi que esta é uma questão mesmo problemática no mundo dos negócios. Quem empreende (claro que outras pessoas também, mas no caso aqui estou falando deste universo) detesta se sentir inútil. Você precisa estar fazendo algo, porque o crescimento da sua startup ou negócio não acontecerá sozinho. Claro que se você acha que é só ‘sentar e esperar’, os meus pêsames, o seu negócio está morto.

‘Todo o início de uma Startup depende da iniciativa dos empreendedores’ – Ben Horowtiz
No entanto, a grande maioria procura estar agindo, mas nem sempre naquilo que é mais importante. O que notei ser muito comum é: as pessoas se ocuparem com atividades que tenham mais aptidão, ou gosto, para não terem de fazer as coisas que importam de verdade.

Ficar duas horas editando uma imagem para o Facebook, um texto ou verificando os e-mails, em vez de fazer algumas ligações de prospeção. Adiar a análise daquele contrato chato, que precisa seguir adiante com urgência, e criar reuniões para esclarecer pontos que até os demais envolvidos sabem que já foram esclarecidos.

Parece fácil nos enganarmos – e é! – porque há milhões de coisas que podemos fazer. Mas o que define um bom empreendedor é a qualidade do trabalho e não a quantidade. É agir no que interessa.

EU TE ENTENDO, MAS…

A sensação de quem tem muito que fazer, até para encher a boca e dizer às pessoas de como a sua rotina é puxada, eu compreendo que é de uma certa forma reconfortante. Você sente que está fazendo algo, que é profissional criando, construindo. Mas, depois de inúmeras vezes perder o seu tempo com atividades erradas, posso lhe garantir que esse é um conforto que o pode prejudicar violentamente.

O mercado é rápido e ágil demais para você se ocupar com aquilo que não deve. Vamos errar sempre, talvez todos os dias, fazendo coisas que serão descartadas, faz parte. Mas faz parte, quando você erra tentando acertar e só mais tarde acaba descobrindo que aquilo que pensou não se mostrou tão válido.

Garanto que se você olhar no espelho, seriamente, verá algumas atividades que poderiam ser feitas noutra hora, e outras que estão aguardando mais atenção, rigor ou rapidez.

Estou falando com a autoridade de um ex super ocupado com bobagens que ainda está numa luta incessante para melhorar e, por isso posso lhe dizer:

Não é a agenda cheia que faz seu negócio estourar é ela preenchida com as coisas certas e a ação eficaz.
Fica aqui um vídeo onde eu complemento o assunto, falando um pouco sobre essa percepção de até onde o seu trabalho pode chegar:

COMPARTILHAR
Artigo anteriorPODER – Veneno e Remédio
Próximo artigoBGI oferece bilhetes para o Web Summit
Bruno Perin, empreendedor, consultor, palestrante e escritor. Autor do livro – A Revolução das Startups. Pioneiro na combinação dos conhecimentos em Startup, Empreendedorismo, Marketing e Comportamento Jovem alinhado a Neurociência. Busca das formas mais diferentes, malucas e inusitadas possíveis desenvolver pessoas e negócios que façam a diferença no mundo, de jeito divertido, valorizando a vida e o agora.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor escreva o seu comentário!
Por favor coloque o seu nome aqui

one × four =