Digitalização: mitos e realidades

Selecionar criteriosamente o que deve ou não ser digitalizado é fundamental para uma eficácia documental e administrativa

Foto: Pixabay

A velocidade a que fazemos negócios, transações, ou precisamos de enviar e receber informação é substancialmente superior à do final do seculo XX. Hoje, todos precisamos de tudo a todo o momento. Parece um pouco louco, mas é assim no mundo atual. Para isto contribuiu o grande desenvolvimento das tecnologias da informação devidamente apoiadas em máquinas, cada vez melhores, com maior capacidade e mais rápidas no processamento.

Em primeiro lugar convém identificar o conceito de Digitalização. Segundo a Wikipedia, Digitalização é o processo pelo qual uma imagem ou sinal analógico é transformado em código digital. Isso se dá através de um equipamento e software digitalizador de imagens (scanner) o exemplo, em um sistema de Gerenciamento Electrónico de Documentos, conhecido como GED ou em bancos de imagens ou áudio.

Portanto, o ato de digitalizar passou de quase um mito do final do século XX para uma realidade. Foi nessa altura que começaram a aparecer os primeiros textos referindo o paper less office.

Hoje, todos os equipamentos servem para digitalizar. Desde as fotocopiadoras multifunções de escritório, passando pelos scanners, até mesmo aos nossos dispositivos Android, porque tirar uma fotografia é também uma digitalização 2D de um objeto 3D.

“Hoje, mais do que nunca, digitalizamos o papel para acelerar os circuitos de decisão”

Outro aparente paradoxo é a proliferação dos documentos “nado digitais”, isto é, documentos que já nasceram de forma digital, onde o e-mail e o PDF são os mais famosos. Mas hoje, mais do que nunca, digitalizamos o papel para acelerar os circuitos de decisão, integrando essas imagens em potentes plataformas de gestão documental.

Isto acontece porque o Estado ainda privilegia o formato papel como elemento de prova. Bem sei que existem os programas SIMPLEX e outros similares criados pelos governos para modernizarem os procedimentos administrativos, mas há dificuldades de implementação, também questões jurídicas e ate mesmo a natural resistência humana à mudança, neste caso potenciada pelos chamados “info-excluídos”.

Reparem que o papel é o suporte da informação mais famoso do mundo. É barato, fácil de usar e adapta-se perfeitamente à nossa maneira de estar. Quem não gosta de ler um jornal em papel, mesmo tendo a mesma notícia num tablet? Pelo menos no papel, a bateria não acaba!

Outro mito da digitalização documental é que uma vez tudo digitalizado os nossos problemas acabam. Nada mais errado! É preciso organizar e classificar os documentos e, para isso, os profissionais das ciências da informação, são fundamentais. Deverão ser eles o sponsors de projetos de transformação digital nas empresas. Deverão ser estes profissionais a avaliar os documentos, propor a troca de suporte sempre que a frequência de consulta assim o recomende ou a importância estratégica para a empresa. Caso contrário a empresa está só a deitar dinheiro à rua, porque digitalizar não é barato.

Portanto, avaliar bem a documentação, selecionar criteriosamente o que deve ou não ser digitalizado é um ponto fundamental para uma eficácia documental e administrativa.

Claro que deveremos digitalizar para efeitos de democratização da informação a quem a deva ter acesso e no suporte original (papel) para efeitos probatórios.

 

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