Empresas europeias enfrentam recessão histórica

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Relatório Europeu de Pagamentos de 2020 alerta para uma recessão histórica na Europa. O estudo, que é realizado anualmente pela Intrum, a principal empresa mundial de gestão e recuperação de créditos, descreve como os atrasos nos pagamentos vão afetar as perspetivas de negócios das empresas europeias, sendo que o setor imobiliário e de construção será o mais atingido.  

O relatório foi baseado numa pesquisa conduzida simultaneamente em 29 países europeus entre 14 de fevereiro e 14 de maio de 2020. Foram inquiridos responsáveis de 9.980 empresas em 11 setores na Europa, e os resultados mostram economias europeias abaladas e operações comerciais paralisadas em muitos setores.

O Relatório de Pagamentos Europeu já tinha tido uma edição especial do whitepaper de verão, onde avançava algumas das conclusões da pesquisa, agora a edição completa do relatório, confirma a perturbação financeira negativa causada principalmente pela pandemia Covid-19, com os gestores das empresas europeias preparando-se para uma recessão histórica. O estudo revela também que muitos empresários se queixam dos atrasos nos pagamentos dos clientes e sentem que essa é uma ameaça ao crescimento dos seus negócios, sendo as empresas do ramo imobiliário e construção os mais atingidos por este problema.

“As empresas agora estão tomando as medidas necessárias para se preparar para uma recessão causada pela pandemia. A queda nas receitas reduziu o fluxo de caixa e aumentou a pressão sobre as saídas de pagamentos. O impacto inicial no cenário de pagamentos europeu continua a ser dramático”, diz Mikael Ericson , presidente e CEO da Intrum.

No relatório destacam-se claramente duas medidas tomadas pelos gestores, a fim de proteger seus negócios: 38 por cento dos entrevistados planeiam cortar custos, enquanto 35 por cento garantem ser mais cautelosos com a dívida. Também a redução do recrutamento é uma medida para enfrentar a crise entre 29 por cento dos entrevistados, uma diferença substancial relativamente ao relatório de 2019, quando essa era uma preocupação para 18 por cento das empresas.

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Aumentam atrasos nos pagamentos

As empresas estão a priorizar as suas práticas de pagamento para encontrar soluções. Apesar dos esforços que estão sendo feitos, as falhas nos pagamentos estão a aumentar em toda a Europa. O tempo médio estimado entre o prazo de pagamento acordado e a sua duração real é agora de 14 dias, em comparação com 6 dias em 2019, nos pagamentos corporativos B2B.

Mais de quatro em cada dez entrevistados (43 por cento) veem o risco dos devedores aumentar nos próximos doze meses, e 19 por cento acreditam que esse risco aumentará significativamente. As empresas estão sob pressão crescente devido à redução da liquidez, o que faz com que muitas delas procurem formas alternativas para equilibrar o orçamento.

Quase metade dos entrevistados (46 por cento) afirma que as falhas nos pagamentos são um risco real para o crescimento sustentável de seus negócios. Durante a crise, mais da metade (51%) disse que atrasos nos pagamentos ameaçavam um aperto de liquidez para seus negócios, em comparação com 35% dos entrevistados antes da crise.

“O aumento das faltas de pagamento é uma preocupação crescente para as empresas, uma vez que as empurra para situações financeiras difíceis desnecessárias. Se não houver uma resposta, as empresas europeias podem levar mais tempo para se recuperarem financeiramente do que os governos europeus”, diz Ericson.

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Imobiliário e construção mais afetados por atrasos nos pagamentos

Uma recessão afetará as indústrias de maneiras diferentes. O relatório destaca que os negócios no setor imobiliário e de construção foram os mais afetados pelos atrasos nos pagamentos. 41 por cento dessas empresas dizem já ter aceitado prazos de pagamento mais longos para evitar a falência, enquanto a média europeia é de 35 por cento.

Ao mesmo tempo, as empresas de hotelaria e lazer também lutam com diferentes restrições governamentais em toda a Europa. Dentro deste setor, quatro em cada 10 entrevistados (42 por cento) afirmam que uma recessão terá um impacto severo em seus negócios – o número mais alto dos 11 setores pesquisados ​​pela Intrum.

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