Ideias de negócio: Partilhar ou não? Eis a questão

O segredo pode ser a alma do negócio, mas no que toca à geração de ideias e inovação, a partilha de ideias, com uma boa dose de sensatez, pode ser a forma mais eficaz, se não mesmo a única forma, de validar o seu interesse no mercado, angariar os parceiros certos e assim chegar à sua concretização em tempo útil.

Se não partilha as ideias, como sabe que são válidas? E será que conseguirá desenvolver todo o projeto sozinho?

De facto, muitas vezes consideramos que o mercado se comporta como nós o faríamos. Na verdade, na maior parte dessas vezes estamos errados! Apenas por um mero acaso a nossa opinião será inteiramente representativa daquilo que o mercado pensará ou sentirá sobre o produto ou serviço em desenvolvimento.

Assim, o passo crítico para o sucesso é: Falar cara-a-cara.

  • Falar cara-a-cara com potenciais clientes, para perceber quem realmente valoriza o problema que a ideia tenta resolver e conhecer quem poderá estar interessado no produto ou serviço, e por que preço. Destas conversas surgem excelentes aprendizagens sobre o que pode, efetivamente, impactar o mercado, face ao que já existe. As ideias saem melhoradas e mais adequadas às necessidades, e o potencial de receitas a obter fica mais claro;
  • Falar cara-a-cara com potenciais parceiros, para ter a opinião de especialistas sobre como responder ao mercado, perceber que tipo de parcerias deverá desenvolver e perceber os custos associados, de forma realista. Assim, terá a informação relevante para estimar os resultados do projeto, planear recursos e necessidades de financiamento e, em última análise, decidir avançar com o projeto ou não.

    Preocupado com cópias? nCaso a ideia se traduza numa marca, num design inovador, ou numa invenção com aplicação industrial, poderá recorrer ao seu registo antes de partilhar. O registo nacional através do INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial inclui opções pouco onerosas, havendo ainda incentivos do Portugal 2020 para apoio a pedidos de patente, modelo de utilidade ou desenho. Por outro lado, pode assinar acordos de confidencialidade com os seus parceiros, de modo a proteger-se contra cópias da sua ideia.

    Contudo, note que mais importante do que evitar cópias da sua ideia, é melhorar a própria ideia. Deste modo, mesmo que alguém a copie, o produto ou serviço desenvolvido por si terá sempre a preferência dos consumidores, porque foi devidamente validado com o mercado e parceiros. Importará também ter a capacidade de continuar a ler o mercado, depois de implementar o projeto, e ser ágil e corajoso o suficiente para ajustar o produto ou serviço ao que as pessoas vão querendo – algo em constante mutação.

    Conselho:nProteja as ideias se o considerar relevante, mas acima de tudo, ‘saia de casa ou do escritório’ para testar e validar as ideias cara-a-cara com potenciais clientes e parceiros. Desta forma, melhorará a sua ideia, até esta resolver problemas realmente sentidos por um grupo relevante de pessoas. Assim, estará no bom caminho para criar algo que acrescentará valor, deixando uma marca positiva na sociedade.

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