10 Vieses cognitivos a evitar quando iniciar um negócio

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Foto de David Cassolato em Pexels

Um empreendedor procura uma melhoria contínua, e ser capaz detetar interpretações erradas pode ser uma competência relevante para enfrentar qualquer acontecimento com clareza.

Ter uma visão geral despojada de preconceitos e uma abordagem objetiva aumenta significativamente o resultado final de um negócio, sempre orientado para o sucesso.

Os vieses cognitivos representam um desvio involuntário de pensamentos que podem modificar o comportamento ou a reação a eles.

Neste artigo iremos analisar alguns destes casos e perceber como podem influenciar o futuro de um empreendimento.

1. A ilusão de custos irrecuperáveis

Este é um dos mais conhecidos preconceitos e está intimamente relacionado com o campo da economia. Esta crença irracional representa o fracasso de várias empresas. Consiste no fenómeno que leva um empreendedor a continuar a investir tempo, dinheiro e recursos infinitos num empreendimento, apenas porque já investiu muito anteriormente.

Quando os atuais custos de tempo e dinheiro não são devidamente interpretados, o empresário pode cair no erro de os considerar determinantes na tomada de decisões, sem ter em conta se vale ou não a pena manter o projeto.

Nestes casos é extremamente importante assumir que se o tempo de dinheiro gasto num projeto, não conduzir potencialmente a um objetivo, então o que foi investido em retrospetiva não tem nenhuma relevância no presente e apenas representa desculpas que não permitem uma mudança de estratégia a tempo para que o negócio avance.

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Ilustração de Nadezhda Moryak em Pexels

2. A falácia do controlo nos negócios

Este é um viés que enfatiza a superestimação da capacidade pessoal, especialmente em termos de convicções ou observações que influenciarão diretamente o negócio ou empreendimento.

Considerando, por exemplo, que a direção de certas atividades garantirá o crescimento, sem avaliar o impacto de qualquer mudança produtiva que possa gerar uma modificação substancial. A falta de objetividade ou de informação analítica pode ser crítica no destino de cada escolha.

3. Síndrome do Impostor no empreendimento

Um viés cognitivo frequentemente mencionado, especialmente devido às suas características para abrandar as ações positivas quando se trata de empreendedorismo, consiste num preconceito sobre si próprio, onde as realizações e sucessos são atribuídos à “sorte” ou a terceiros, ignorando o seu próprio talento.

As falhas e a aprendizagem fazem parte do cenário do empreendedor. Mesmo que no início o negócio esteja longe da perfeição, é possível manter a confiança e erradicar os medos irracionais para alcançar o objetivo.

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4. Viés de fixação e as mudanças no negócio

Também conhecido como viés da focalização, sustenta a importância dada à informação obtida inicialmente, sobre outras propostas ou ideias que são apresentadas posteriormente. Quando a primeira proposta é o ponto de partida, as restantes propostas já não são avaliadas objetivamente.

É uma reação que é difícil de detetar e vencer. Com a estratégia correta é possível prevenir potenciais ocorrências e estabelecer diretrizes, por exemplo, no caso de eleições de grupo, é possível pedir que as propostas sejam apresentadas em simultâneo.

5. Viés otimista no empreendedor

A contrapartida do viés impostor é este viés cognitivo muito comum entre os empreendedores. Pecar de otimismo na tomada de decisões, percebendo um resultado bem-sucedido sem ter uma base sólida ou realista.

Idealizar o caminho para o sucesso, assumindo possuir capacidades invulneráveis ou pretender ser a exceção, ao contrário do que se possa pensar, muito provavelmente apontará o destino de um fracasso iminente.

Avaliar toda a informação, ou as possibilidades oferecidas, pela perspetiva empresarial é essencial para atingir objetivos e examinar as possibilidades de maneira racional.

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6. Viés retrospetivo na tomada de decisões

Também conhecido como preconceito de retrospetiva ou de recapitulação, este viés é frequentemente ignorado no mundo do empreendedor. “Estava-se mesmo a ver que…” é o típico erro de julgamento que assenta na perceção das memórias, que se consideram serem previstas ou esperadas, mas que na realidade já ocorreram.

Irracionalmente, cria-se a convicção de saber antecipadamente a resposta a um determinado acontecimento, mas cuja avaliação só ocorre a posteriori. Como o nosso cérebro raciocina associando ideias e criando padrões, é habitual relacionar uma consequência com uma causa. Essa análise, todavia, deverá ser feita antes e não depois da ocorrência.

O lado positivo do viés retrospetivo é garantir que ele não cria excesso de confiança, assegurando assim tomadas de decisão eficazes no futuro, de modo a prever eventualidades semelhantes.

7. Viés conservador e o sucesso de empreender

Esta é uma inclinação perigosa nos negócios, uma vez que influencia diretamente a capacidade de decisão. Saber distinguir ideias arriscadas daquelas que são verdadeiramente inovadoras é fundamental para ser um empreendedor competitivo.

Este viés está relacionado com a falácia dos custos irrecuperáveis e é muito comum no âmbito da economia e política. Afirma que a informação ou conhecimento já existente é transcendente face a uma nova abordagem ou ideia apresentada para consideração.

É uma alteração à adaptação e renovação, que influencia diretamente a reação a movimentos de exercício que favorecem os negócios. Em casos extremos, a preferência pelo conhecido altera a escolha a tal ponto que gera doutrinação, razão pela qual é importante prestar especial atenção a este viés.

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8. Ilusão de controlo no âmbito dos negócios

Este é um viés comum que consiste numa tentativa de controlo generalizado, inclusive diante de situações, pessoas ou escolhas sobre as quais não se tem influência.

Em alguns casos assenta na crença implausível de que nenhuma ação é possível, ou que as estratégias de controlo podem ser previstas na presença de acontecimentos que só ocorrem por acaso.

Porém, há ocasiões em que não há associação e os eventos são totalmente independentes das variáveis ou de si próprios.

9. A falta de empatia e a equipa empreendedora

Também chamado “brecha de empatia”, afeta as ações pessoais e profissionais. É, evidentemente, um preconceito empresarial comum que impossibilita a empatia com os sentimentos de outras pessoas.

Este viés torna as pessoas incapazes de perceber o que os outros estão a sentir e também não percebem como isso os afeta no seu desempenho e, consequentemente, no conjunto do negócio.

Tendo em conta estes detalhes, é necessário individualizar os estados de espírito e as ações das pessoas de modo a obter respostas assertivas.

10. Ilusão de agrupamento e objetivos do negócio

Um viés comum, que é ignorado diariamente, é a tendência para alinhar pontos e encontrar padrões mesmo com elementos inexistentes ou aleatórios.

A tentativa de criar explicações para justificar a concatenação de elementos ou factos, de uma forma irracional, pode levar a conclusões perigosas. A utilização dessas crenças para produzir um padrão “enganoso”, que será depois repetido, põe em risco o futuro da empresa.

Conclusão

É claro que estamos longe de ser racionais, objetivos e reflexivos, especialmente quando se trata de criar o nosso próprio negócio e de empreender apaixonadamente pelo caminho do sucesso. Para o fazer, é necessário considerar toda a informação de que dispomos.

É importante considerar o conhecimento que nos permite minimizar os riscos ao tomar decisões e promover ações que nos permitam inovar e crescer com confiança.

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