Contratação: Experiência mais valorizada do que percurso académico

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84% dos profissionais empregados considera a experiência, baseada em competências, mais importante do que ter um diploma ou certificado. Um estudo sobre Digital Skills revela que a maioria dos responsáveis de negócio afirma que as competências são o atributo mais importante a avaliar nos candidatos e apenas 18% indicam os diplomas académicos.

A Salesforce, empresa tecnológica multinacional líder em Customer Relationship Management (CRM), acaba de apresentar os resultados do mais recente Digital Skills Survey, com dados concretos que demonstram como os profissionais de hoje avaliam o papel da Inteligência Artificial (IA) generativa nos empregos atuais e do futuro. Embora 98% dos líderes empresariais acredite que os processos de recrutamento devem ser baseados em competências concretas, apenas 1 em cada 10 profissionais tem as competências de IA mais procuradas.

84% dos trabalhadores a nível global consideram que a experiência baseada em competências concretas foi mais importante do que o diploma, no processo de recrutamento, no mercado atual. No entanto, há uma lacuna entre as competências para as quais as empresas estão a contratar e aquelas que são atualmente usadas pela força de trabalho.

Mesmo que cerca de 80% dos profissionais indiquem que utilizam competências digitais no seu trabalho diário, são poucos os que dizem ter know-how além da tecnologia de colaboração, administração digital e gestão de projetos digitais.

Por outro lado, as competências que registam um crescimento mais rápido da procura por parte dos profissionais incluem Inteligência Artificial, Programação e Desenvolvimento de Aplicações – mas estão entre as menos usadas nas funções do dia-a-dia dos trabalhadores.

Os dados do relatório indicam que parece haver mais entusiasmo entre os trabalhadores sobre o potencial das tecnologias emergentes para transformar os empregos do futuro. Isso, combinado com o desejo relatado dos trabalhadores em aprender novas competências, sugere que as empresas podem ajudar a fechar a lacuna de competências digitais, fornecendo formação contínua baseada em habilidades para os seus colaboradores.

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Confirma-se a tendência global de recrutamento por competências

A mudança para o recrutamento com base em competências é evidente a todos os níveis. A maioria dos responsáveis de negócio (82%) consultados afirma que as competências são o atributo mais importante a avaliar nos candidatos. Apenas 18% disseram que os diplomas são mais importantes.

Mais da metade dos responsáveis de Recursos Humanos (56%) citam a ‘retenção de talento’ como o principal benefício da contratação baseada em competências. Maior diversidade na equipa (48%) e partilha de conhecimento (46%) são também identificadas.

São 40% os profissionais que apontam para as competências digitais como sendo o atributo mais importante do candidato. É por isso que a maioria dos responsáveis acredita que priorizar o desenvolvimento de competências digitais das equipas terá impactos positivos no desempenho empresarial, citando o aumento da produtividade (47%), a melhoria de desempenho (43%) e o aumento de recursos para resolução de problemas (40%) como principais benefícios.

Também os próprios profissionais e trabalhadores estão entusiasmados com as tecnologias emergentes de IA, como a IA generativa. A larga maioria (60%) demonstra entusiasmo com a perspetiva de utilizar IA generativa no trabalho. Neste campo, são mais os trabalhadores que ficaram entusiasmados com o uso destas tecnologias nos seus locais de trabalho (58%) do que preocupados com a possibilidade de virem a ser substituídos (42%). Os dados vão ao encontro do interesse de responsáveis e administradores de empresas e de pessoas. Dois terços dos líderes de pessoas (67%) dizem que a sua empresa considera diferentes formas de utilizar IA generativa.

Neste sentido, os profissionais concordam que as competências de IA são importantes: quase um quarto dos trabalhadores globais classifica as competências de IA entre as três skills digitais mais importantes no momento. O número aumenta quando questionados sobre a importância dessas competências nos próximos cinco anos.

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As necessidades aumentam e as competências ficam para trás

Apesar da importância no futuro, apenas um em cada 10 trabalhadores diz que a sua função atualmente envolve IA. Apenas 14% diz que a sua função envolve outras competências digitais relacionadas, como criptografia e segurança cibernética, e 13% afirma usar competências de codificação e desenvolvimento de aplicações.

A indústria com maior índice de skills de IA é a da tecnologia, mas mesmo nesta, menos de um terço dos funcionários (27%) usa competências de IA no seu trabalho. Fora das funções tradicionais de TI, o número cai ainda mais; menos de 10% dos profissionais de saúde (8%) e do setor público (6%) afirmam usar IA nas suas funções diárias.

O caminho a seguir é a qualificação. Quase todos (97%) os trabalhadores globais acreditam que as empresas devem priorizar as competências de IA nas suas estratégias de desenvolvimento das equipas.

Resultante do aumento da IA e da automação, os líderes de RH dizem que as competências de segurança de dados (60%), IA ética e skills de automação (58%) e programação (57%) vão tornar-se cada vez mais importantes no local de trabalho. Quando questionados sobre quais serão as “soft-skills” que serão as mais importantes, destacaram-se as competências criativas (56%), de relacionamento com o cliente (53%) e de liderança (51%) como as mais altas.

Por fim, as empresas que procuram aumentar as capacidades dos seus recursos humanos em competências emergentes e as que se concentram na contratação baseada em competências têm tudo a seu favor – os trabalhadores querem expandir o seu conjunto limitado de competências digitais. Nove em cada dez acreditam que as empresas devem priorizar o desenvolvimento de competências digitais para os seus funcionários.

O estudo Future of Digital Skills da Salesforce foi conduzido pela TRUE Global Intelligence em parceria com a Dynata, em fevereiro de 2023. O tamanho da amostra foi de 11.035 adultos trabalhadores em 11 países: cerca de 1.000 na Austrália, França, Alemanha, Itália, Holanda e Singapura, respetivamente; 1.005 em Espanha, 1.007 no Reino Unido, 1.013 nos EUA, 1.003 na Índia e 1.003 na Suécia. Os números são representativos da população adulta trabalhadora (maiores de 18 anos).

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