Flexibilidade supera salário na atração de talento

Flexibilidade na atração de talento superou salário em 2025, segundo estudo do Clan e IIRH junto de profissionais de RH.

Foto de Brooke Cagle no Unsplash

Um estudo do Clan e do IIRH revela que 91,73% dos líderes de RH consideram a flexibilidade mais determinante do que o salário na procura de emprego, apesar do atraso na digitalização interna.

A flexibilidade na atração de talento consolidou-se como o fator mais valorizado pelos candidatos em 2025, ultrapassando o salário e o pacote de benefícios. De acordo com o estudo “Experiência Digital do Emprego – Tendências e Aplicações”, desenvolvido pelo Clan em parceria com o IIRH, 91,73% dos profissionais de Recursos Humanos afirmam que o modelo de trabalho, híbrido, remoto ou presencial, é hoje o principal critério na escolha de um novo emprego, superando os 86,47% que apontam a compensação como prioridade.

Apesar deste reconhecimento, o estudo identifica um desalinhamento entre perceção e prática. Apenas 47,83% das organizações destacam a flexibilidade como um dos elementos com maior impacto positivo na experiência do colaborador, ficando atrás do acesso rápido à informação (73,19%) e da automação de processos administrativos (57,97%). Os autores do estudo referem que esta discrepância mostra uma evolução assimétrica entre as expectativas do talento e as políticas internas das empresas.

O relatório evidencia igualmente um atraso na digitalização da jornada do colaborador. Mais de 90% das organizações admitem não recorrer a tecnologias emergentes, incluindo inteligência artificial, em momentos críticos como o onboarding (92,03%) e o offboarding (90,58%). Embora a principal motivação para adotar novas ferramentas seja a redução do tempo de execução de tarefas (88,41%), os obstáculos mais citados incluem custos e gestão da mudança (62,32%), além de preocupações com segurança de dados (52,17%) e receio de perda de humanização (50,72%).

Este cenário implica uma redefinição do papel dos profissionais de Recursos Humanos. Segundo o estudo, a capacidade de análise de dados (People Analytics) é considerada a competência mais relevante para o futuro (65,94%), seguida da adaptação à mudança (39,13%) e do conhecimento em automação e inteligência artificial (38,41%). Para Eduardo Marques Lopes, diretor de Marketing e Comunicação do Clan, “estes números são um apelo à ação. A tecnologia não pode ser vista apenas como uma ferramenta de eficiência, mas como um investimento estratégico no nosso ativo mais valioso: as pessoas”. O responsável acrescenta que “a flexibilidade é a nova moeda de troca para atrair talento e que as empresas devem usar a tecnologia com intencionalidade, para construir uma cultura de confiança e crescimento”.

O estudo, que inquiriu 128 profissionais de Recursos Humanos em Portugal, maioritariamente diretores e técnicos especializados, conclui que o futuro pertence às organizações que assumirem a digitalização como meio para criar ambientes de trabalho mais humanos, flexíveis e gratificantes, alinhados com as expectativas de um talento cada vez mais exigente e informado.

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