Portugueses omitem finalidade do crédito e pagam mais caro

Maioria dos pedidos chega sem finalidade do crédito, levando a custos mais elevados para os consumidores.

novos hábitos dos conumidores
Foto de gpointstudio no Freepik

A maioria dos pedidos de financiamento ao consumo é apresentada sem indicação da finalidade do crédito, o que pode encarecer significativamente o custo final para os consumidores.

De acordo com dados do CreditoPessoal.pt, 86% dos 36 995 pedidos de crédito ao consumo submetidos entre janeiro e outubro de 2025 foram feitos sem especificação do objetivo. A plataforma sublinha que esta opção, embora comum, pode resultar em condições menos favoráveis, com taxas de juro e prazos menos competitivos.

Os dados mostram que apenas uma minoria dos clientes indica o propósito do financiamento. Segundo o CreditoPessoal.pt, quando a finalidade é identificada — como obras em casa, consolidação de créditos, férias ou aquisição de automóvel — as instituições financeiras tendem a oferecer propostas mais ajustadas. Esta diferença, alerta a plataforma, pode traduzir-se em custos substancialmente mais elevados ao longo do contrato.

Tiago Pestana, analista de crédito no CreditoPessoal.pt, reforça que “estamos a falar de poupanças que podem ir de dezenas a centenas ou mesmo milhares de euros ao longo da vida do contrato”. O especialista acrescenta que “nalguns casos, um crédito de dez mil euros destinado à compra de automóvel pode custar menos mil euros do que um crédito genérico do mesmo valor”.

Os números divulgados pelo Banco de Portugal confirmam esta disparidade. No quarto trimestre de 2025, a TAEG de um crédito automóvel novo fixou-se em 10,8%, enquanto a locação financeira apresentou uma taxa ainda inferior, de 5,4%. Já os “outros créditos pessoais” registaram uma TAEG média de 15,6%, uma diferença superior a dez pontos percentuais face ao financiamento com finalidade definida.

Para Tiago Pestana, a explicação está na falta de comparação e de informação disponível no momento da decisão. O analista sublinha que “indicar a finalidade do crédito parece um detalhe, mas é determinante para uma poupança potencialmente maior”, acrescentando que o apoio de um intermediário especializado pode evitar escolhas menos adequadas.

O CreditoPessoal.pt destaca que a comparação informada continua a ser essencial para garantir que os consumidores acedem às condições mais vantajosas e evitam custos acrescidos associados à falta de definição da finalidade do crédito.

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