LGBTQI+: Cinco passos para as empresas se tornarem mais inclusivas e diversas

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Junho marca o mês do orgulho LGBTQI+, um pouco por todo o mundo, e reforça a necessidade de se debater o tema e abrir caminho à mudança de mentalidade. No entanto, e segundo dados do estudo Diversity at Work, publicado pelo ManpowerGroup em 2021, em Portugal, apenas 4 em cada 10 profissionais LGBTQI+ (41%) se sentiam confortáveis em partilhar a sua orientação sexual ou identidade de género em contexto laboral.

As empresas têm, por isso, um papel fundamental nesta evolução, devendo ser responsáveis por definir estratégias de diversidade e inclusão e promover uma cultura que incentive todas pessoas a serem elas próprias no seu local de trabalho, sem constrangimentos, abrindo espaço para que libertem todo o seu potencial.

Neste sentido, o ManpowerGroup apresenta aos leitores do Empreendedor cinco passos que as empresas devem adotar para combater as estatísticas que afirmam que, em Portugal, mais de metade das organizações não tem políticas que promovam a inclusão e a diversidade.

Conhecer os Padrões de Conduta para Empresas da Organização das Nações Unidas (ONU)

A campanha ONU Livres & Iguais, iniciativa que tem por vista promover direitos justos para a comunidade LGBTQI+, definiu cinco Padrões de Conduta que as empresas devem conhecer e aplicar no seu quotidiano, de forma a contribuir para um ambiente mais inclusivo, respeitador e justo para todos. Estes são aplicados a nível laboral, do mercado, da comunidade e ainda transversalmente a todas as ocasiões, e referem-se a: Respeitar os Direitos Humanos; Eliminar a Discriminação; Apoiar; Prevenir Outras Violações dos Direitos Humanos, e, por fim, Agir na Esfera Pública.

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Desenvolver uma política corporativa eficaz de DEIB

A sigla DEIB – que se refere à Diversidade, Equidade, Inclusão e Sentimento de Pertença – começa a surgir crescentemente em contexto de trabalho, especialmente no que à responsabilidade corporativa diz respeito.

De forma a fomentar estes valores na cultura das empresas, os líderes devem considerar inseri-los na sua missão e valores, para que as mensagens-chave sejam consistentes e congruentes com aquilo que se pretende no ambiente da empresa. Além disso, as políticas de DEIB devem fazer referência às responsabilidades da empresa e dos seus colaboradores, delineando as consequências para quem não as respeita. O desenvolvimento regular de formações sobre o tema da diversidade e inclusão, e quais as políticas da empresa, ajudará a que este posicionamento fique enraizado na organização.

Criar uma cultura de inclusão consciente

O local de trabalho deve ser um sítio onde os colaboradores se sentem acolhidos, respeitados e valorizados, independentemente das suas origens ou orientações. Uma empresa que reconheça a importância de fomentar uma cultura inclusiva e diversa saberá que pessoas com diferentes backgrounds conseguem trazer experiências e partilhas mais ricas, adicionando valor à organização e aumentando a sua vantagem competitiva no mercado.

Para criar uma cultura de inclusão consciente, as empresas devem ir além de programas e dinamizar medidas proativas, promovendo pessoas com características diversas a posições de gestão ou liderança e apostando na formação sobre a importância da diversidade e inclusão.

Assegurar uma rede de apoio LGBTQI+

As políticas pró-LGBTQI+ devem ter o potencial de serem visíveis externamente, para que, quem procure um local inclusivo e diverso, saiba que pode encontrar naquela empresa uma possível escolha.

Assim, é importante assegurar o apoio aos colaboradores LGBTQI+ para criação dos seus grupos e oferecer as mesmas oportunidades para atividades extracurriculares que seriam proporcionadas a qualquer outro grupo.

Ao mesmo tempo, o desenvolvimento de parcerias com grupos locais LGBTQI+, tais como centros comunitários ou grupos de apoio, demonstram um compromisso a longo prazo com estes colaboradores, contribuindo também para uma melhor compreensão dos desafios que enfrentam.

Medir o progresso da cultura inclusiva

Finalmente, é essencial fazer um acompanhamento qualitativo e quantitativo de outputs, de forma a ser possível avaliar o sucesso das políticas e programas de diversidade e inclusão. Desta forma, as lideranças devem receber informação regular sobre o progresso na implementação de políticas DEIB, incluindo informação sobre a experiência no local de trabalho das pessoas diversas e o seu nível de compromisso.  

Estas são algumas estratégias que podem ajudar as empresas a construir locais de trabalho diversos e inclusivos e a contratar os melhores colaboradores com base no talento, sem discriminação. No âmbito do mês Pride, importa reforçar que, não só esta é a atitude certa no âmbito de uma atuação socialmente responsável, por parte das empresas, como também é uma decisão de negócios judiciosa, já que os casos de negócio demonstram que as práticas inclusivas têm um impacto positivo nos seus resultados.

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