Lurdes Gramaxo: “Portugal só tem a ganhar com o efeito potenciador do ecossistema”

Foto de Bynd VC

O ecossistema português de early-stage tem emergido no cenário internacional, com o número de startups tecnológicas em forte crescimento. Segundo a plataforma DealRoom, há mais de 2 mil startups ativas em Portugal, as quais têm atraído cada vez mais investimento nacional e internacional que, em 2021, já ultrapassou os mil milhões de euros.

Para que este setor possa decisivamente amadurecer a Investors Portugal, associação que representa os investidores early-stage no país, considera que “são necessárias linhas de orientação estratégica para fomentar esse crescimento e consolidação do ecossistema português”.

“Impulsionar o crescimento e a atratividade das startups nacionais contribuirá para uma economia saudável a longo prazo, dado o seu crescente peso no PIB. Para isso, devemos procurar os melhores exemplos a nível internacional e aplicá-los ao nosso contexto, pois só teremos a beneficiar do efeito potenciador que este ecossistema oferece”, explica Lurdes Gramaxo, presidente da Investors Portugal.

 Na opinião de Lurdes Gramaxo, há cinco condições essenciais para impulsionar a evolução do setor a nível nacional:

Priorizar a profissionalização, como um bom investimento, é um passo fundamental, assim como a aposta na profissionalização e formação dos diferentes intervenientes – investidores, fundadores, colaboradores, incubadoras, aceleradoras e todos os demais stakeholders do ecossistema early-stage em Portugal –para assegurar um crescimento sustentado. “Parte desta aposta passa pela continuidade e dinamização dos programas de atração e fixação de talento no território nacional, cujos resultados iniciais têm sido muito positivos”, salienta.

Garantir a acessibilidade a todos os investidores, é outro elemento fundamental, mas para o alcançar é preciso assegurar a atratividade do setor em Portugal. “Do ponto de vista das soluções de financiamento público, deve assegurar-se a criação de programas de financiamento equitativos, seguindo uma lógica de mercado que garanta a abrangência de acesso a todos os interessados, sejam pequenos investidores individuais ou gestores de fundos de investimento de maior dimensão – valorizando também o papel de todos os intervenientes ao longo da cadeia de valor” sublinha a presidente da Investors Portugal.

“Do ponto de vista do investimento privado, o desafio centra-se hoje na capacidade de uma maior mobilização de capital privado, o alargamento de fontes de financiamento e ainda o investimento de fundos institucionais e fundos de pensões, com enfoque na atratividade fiscal, à semelhança do que é praticado internacionalmente”, acrescenta.

Criar incentivos e oportunidades, através do apoio à base do ecossistema – onde se incluem as universidades, institutos, centros de excelência, incubadoras e aceleradoras – é um fator crítico de sucesso para se assegurar a criação e o desenvolvimento de novas oportunidades de investimento. “Pode passar por simplificar a elegibilidade dos investimentos, com critérios mais claros, alargando a tipologia destes em early-stage que podem ser considerados pelos investidores, reforçando assim a dotação do incentivo” explica Lurdes Gramaxo.

Simplificar os processos do setor, sem comprometer o controlo e a qualidade, e seguindo as melhores práticas internacionais é outro caminho preconizado pela Investors Portugal que defende a a continuação da desburocratização dos processos de investimento e a homogeneização da regulação do setor. “Os programas existentes de incentivos ao investimento devem ser simplificados com vista a aumentar a sua adoção e atingir os objetivos para os quais foram desenhados inicialmente”, sublinha Lurdes Gramaxo.

A capacidade de um negócio singrar sempre ligada à sua difusão e disseminação. Neste sentido, “torna-se fulcral que os sucessos do investimento early-stage em Portugal sejam divulgados e promovidos globalmente, contribuindo para a atração de novos investidores nacionais e internacionais, assim como de novos futuros empreendedores”.

A Investors Portugal é uma entidade que agrega e representa a comunidade portuguesa de Business Angels, Venture Capital, Corporate VCs, aceleradoras, incubadoras, plataformas de crowdfunding e outros atores que investem em early-stage. A sua missão passa suporte entre os diversos players do ecossistema empreendedor nacional, capacitando e divulgando as melhores práticas e informação sobre o setor.

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