Liderada pela CEO Carolina Amorim, a EMOTAI pretende revolucionar o cenário da saúde mental no local de trabalho
A EMOTAI é uma empresa inovadora que utiliza neurotecnologia para aumentar a produtividade no local de trabalho, focando-se na saúde mental dos colaboradores. Liderada pela CEO Carolina Amorim, a EMOTAI pretende revolucionar o cenário da saúde mental no local de trabalho com uma solução inovadora para prevenir o burnout e antecipar o risco de ansiedade.
A base da solução da EMOTAI é uma faixa de cabeça que utiliza uma fusão de dados multissensor que medem as ondas cerebrais, o ritmo cardíaco e os movimentos do corpo (EEG, PPG e IMU). Essa tecnologia avançada permite a recolha precisa de informações que depois de processados por um software orienta os utilizadores através de exercícios de biofeedback personalizados, como técnicas de respiração e foco.
Os números falam por si: A EMOTAI conseguiu reduzir a ansiedade em 30%, o esgotamento em 17% e aumentar a produtividade em impressionantes 53% em apenas duas semanas de utilização. Estes resultados evidenciam o potencial transformador da abordagem da EMOTAI no ambiente de trabalho.
Fundada por Carolina Amorim (CEO); Carlos Moreira (CTO); e Daniel Rocha (Lead Dev), por trás da EMOTAI há uma equipa de engenheiros biomédicos, neurocientistas e analistas de dados. Com experiência em pesquisa em BCIs, computação afetiva e machine learning aplicado a dados fisiológicos, esta equipa dedicada está a impulsionar a inovação no campo da saúde mental.
Em entrevista ao Empreendedor, Carolina Amorim explicou que o projeto começou de uma pesquisa no Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica de Lisboa, originalmente focado no desempenho de atletas. Os confinamentos, em resultado da pandemia, levaram a uma mudança de foco para a saúde mental, dando resultados notáveis.
“Na pesquisa que fizemos com 60 pessoas, em risco de burnout, que estavam a trabalhar a partir de casa, nós conseguimos que 77 % melhorassem em apenas duas semanas. Claro que foi um estudo mais controlado, nós estávamos muito presentes na vida dessas pessoas, sempre a fazer perguntas, sempre a acompanhar os exercícios, e é normal que os resultados também tenham sido melhores, mas conseguimos reduzir o burnout e isso foi muito motivador para nós e para a nova orientação do projeto”, explica Carolina Amorim.
No entanto, ainda não era a EMOTAI ou mesmo o embrião de uma startup. “Eramos um grupo de pesquisadores de engenharia biomédica a fazer um estudo sobre como conseguir Identificar as emoções das pessoas através dos dados fisiológicos. E este era um projeto de investigação que nós tínhamos dentro do instituto”, recorda Carolina Amorim. ?
“O momento em que percebemos que podia evoluir para uma empresa foi quando um site de vendas online nos pediu para usarmos a solução para avaliar a forma como as pessoas reagiam ao processo de compra no seu site. Foi a partir daí que nós percebemos que, se calhar, a startup que tinha pernas para andar.”
O percurso da EMOTAI não foi isento de desafios. Inicialmente, a necessidade de desenvolvimento em hardware exigia investimento e isso só aconteceu quando conseguiram a participação num programa de aceleração em Hong Kong.
“Nós estávamos a fazer um programa de aceleração na Startup Braga e uma das pessoas desse programa de aceleração sugeriu-nos um programa em Hong Kong especializado em hardware. Concorremos e fomos aceites. O programa tinha um investimento de 100.000 € a partir daí conseguimos desenvolver a banda, com os sensores”, explica Carolina Amorim.
Depois disso a EMOTAI já levantou em Portugal com a Faber VC e a Semapa Next e tem planos ambiciosos para produzir as 10.000 unidades de bandas com sensores a partir de uma fábrica na China.
Para Carolina Amorim, a saúde digital é o futuro. Além de abordar a ansiedade e o burnout, a empresa planeia expandir o foco para doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e Parkinson. “Desde que começamos a trabalhar na solução de saúde mental temos reparado que a grande solução do futuro é a Saúde Digital ou seja um serviço de saúde cada vez mais personalizado cada vez mais focado na prevenção de doenças”, sublinha Carolina Amorim.
Embora atualmente mais focada em Portugal, a EMOTAI tem planos para expandir para a Europa e entrar no mercado dos Estados Unidos. A empresa está a iniciar uma nova rodada de investimentos para sustentar o seu crescimento ambicioso.
“Os desafios iniciais da EMOTAI estavam sempre à volta da academia. Quando uma startup começa de um projeto de investigação, tem sempre alguma dificuldade a desapegar-se dos hábitos que tinha como projeto de investigação, como a velocidade mais lenta e a falta de foco num mercado. Quando nos focámos num único mercado, dedicámo-nos aos problemas específicos dos nossos clientes e começámos a ter mais tração”, salienta Carolina Amorim.
Para os outros empreendedores a CEO da EMOTAI recomenda a humildade de pedir ajuda: “É normal não saber tudo ao início e a melhor maneira é aprender com acionistas, mentores, outros founders ou até investidores. Saber pedir ajuda é das melhores qualidades que um founder pode ter”.
A EMOTAI não é apenas uma solução para a saúde mental no trabalho; é uma promessa de transformação no campo da saúde digital. Com uma abordagem inovadora, resultados comprovados e uma visão audaciosa para o futuro, os fundadores da EMOTAI estão a pavimentar o caminho para uma abordagem mais preventiva e personalizada da saúde mental. O seu percurso, desde a pesquisa académica até à empresa em crescimento, destaca a importância de adaptabilidade, inovação e investimento estratégico.