Recursos Humanos: Competências sociais e digitais cada vez mais valorizadas

Estudo internacional aponta tendências do futuro da aprendizagem

Imagem de Ronald Carreño por Pixabay

A CEGOC, empresa especializada em formação e desenvolvimento das pessoas nas organizações, apresentou os principais resultados do estudo internacional “Transformation, Skills & Learning”, que teve como principal objetivo analisar e compreender o impacto do surto pandémico surgido em 2020 e as suas consequências no futuro próximo de todos os profissionais, organizações e prestadores de serviços do setor da formação e desenvolvimento profissional.

Se durante muito tempo se verificou um desenvolvimento acelerado ao nível da disrupção tecnológica e das transformações no mercado de trabalho e nas práticas de desenvolvimento do talento, quase sempre pautado pela emergência de novas tendências, abordagens e necessidades, hoje o cenário de rutura entre as práticas formativas passadas e de futuro é mais evidente do que nunca.

O estudo revela uma aceleração acentuada de 4 tendências-chave sublinhadas pelos Learning Leaders de organizações de diferentes setores de atividade, consultados para este estudo realizado pelo grupo internacional CEGOS, onde se integra a portuguesa CEGOC.

O desenvolvimento de competências está a tornar-se cada vez mais estratégico

Os Diretores de RH reconhecem que as competências utilizadas em 45% das profissões existentes nas organizações poderão tornar-se obsoletas nos próximos 3 anos. O desenvolvimento de competências é a primeira alavanca ativada por 75% dos departamentos de RH para lidar com o impacto das transformações tecnológicas.

Nesse sentido, o estudo revela que 89% das organizações ajustaram a sua oferta formativa durante a crise pandémica, nomeadamente através de ações levadas a cabo pelos Responsáveis de RH em resposta às transformações tecnológicas: 69% optaram pelo upskilling dos profissionais existentes e 48% contrataram profissionais com novos perfis.

Imagem de Jagrit Parajuli por Pixabay

Segundo Annick Bruyère, Head of Learning and Services-Mail-Parcels Branch University, Grupo La Poste “Desenvolvemos incentivos para encorajar e otimizar a vontade de aprender dos nossos colaboradores. Dentro de cada filial, os resultados são muito satisfatórios uma vez que, em apenas cinco anos, mais de 30.000 pessoas completaram uma formação blended com pelo menos 70 horas de duração”.

“Um colaborador que está disposto a aprender é um ativo para uma empresa”

A transformação digital na formação está a acelerar

81% dos Responsáveis de RH, inquiridos pelo estudo, consideram dar maior ênfase à formação online à distância depois da pandemia e 64% dos colaboradores participaram em percursos de aprendizagem à distância durante o confinamento. O uso de tecnologia preocupa 21% dos colaboradores.

“Nos últimos meses, observámos que os modelos de negócio ditos tradicionais, que muitas vezes eram desafiados por novos players, foram atingidos fortemente pela crise gerada pela COVID-19. A queda nas vendas e a urgente necessidade de encontrar formas de dar resposta às novas solicitações dos clientes gerou uma necessidade crítica e sem precedentes ao nível das competências”, afirma Patrick Benammar, Learning & Developing VP, Grupo Renault, um dos responsáveis de formação de grandes empresas consultados pelo estudo da CEGOC.

“Temos observado, ao longo dos anos, a crescente utilização da tecnologia digital, mas a crise deu-lhe um impulso incrível e permitiu que as pessoas viessem a conhecer percursos de aprendizagem de excelente qualidade que poderiam aceder apenas com recurso a alguns cliques. Esta nova experiência de aprendizagem pôs fim a alguns preconceitos sobre a aprendizagem digital, que eram muitas vezes infundados. Entrámos numa nova era de possibilidades e somos agora capazes de executar e assegurar alguns programas-piloto verdadeiramente surpreendentes”, explica Patrick Benammar.

“os modelos de negócio tradicionais foram atingidos fortemente pela crise”

A necessidade de consolidar competências sociais e digitais está a aumentar

34% dos responsáveis de RH afirmam que as Soft Skills, competências sociais, comportamentais e humanas precisam de ser rapidamente reforçadas. Esse número sobe para 35% no que se refere às competências digitais.

O estudo aponta ainda que 77% dos colaboradores consideram que as transformações digitais podem alterar por completo a sua forma de trabalhar, enquanto 27% dos colaboradores dizem recear que as transformações digitais possam levar à extinção dos seus postos de trabalho.

Para Malika Hadj Boaza, Diretor na Total Learning Solutions, “Nos negócios, as competências sociais, comportamentais e humanas estão a ultrapassar a expertise. Na Total Learning Solutions costumávamos estar muito focados nas competências técnicas. Mas as nossas prioridades mudaram e estamos agora a apostar mais nas Soft Skills”.

“As novas contratações apresentam, muitas vezes, a formação técnica necessária e conhecem bem a sua função, mas para se adaptarem e contribuírem verdadeiramente para o sucesso coletivo, acreditamos que as competências sociais, comportamentais e humanas são as mais importantes. O desenvolvimento destas competências é uma tendência clara dentro do nosso grupo”, sublinha.

“acreditamos que as competências sociais, comportamentais e humanas são as mais importantes”

Os colaboradores estão cada vez mais envolvidos na sua formação

90% dos colaboradores europeus estão dispostos a aceder a percursos de aprendizagem por conta própria para responderem eficazmente às mudanças nas suas profissões e no mercado de trabalho e 45% dos colaboradores dizem estar dispostos a financiar parte da sua formação, enquanto 71% dos colaboradores aceitariam frequentar uma formação no seu tempo livre.

“No mundo eminentemente digital de hoje, a proficiência digital é uma necessidade crítica que não se limita aos profissionais das TI’s. Quaisquer que sejam as funções dos nossos colaboradores, devemos proporcionar formação para lhes ensinarmos competências digitais. E se os próprios percursos de aprendizagem incluem componentes digitais, então estas pessoas precisam de aprender competências digitais enquanto têm formação”, sublinha Fabien Lagriffoul, Director of Training and Professionalisation, do EDF Group. “Um colaborador que está disposto a aprender de forma continuada é obviamente um ativo para uma empresa, e deve ter a oportunidade de o fazer”, acrescenta.

Para este estudo foram entrevistados 1.783 colaboradores e 254 Responsáveis de RH/Responsáveis de L&D, todos a exercer funções em organizações europeias do setor privado constituídas por um mínimo de 50 ou mais colaboradores. Para este estudo foram entrevistados 1.783 colaboradores e 254 Responsáveis de RH/Responsáveis de L&D, todos a exercer funções em organizações europeias do setor privado constituídas por um mínimo de 50 ou mais colaboradores.

Catarina Correia, Head of Marketing & Communication na CEGOC, destaca que são estudos internacionais como este que “ajudam a antever (e a preparar) as principais tendências no campo da aprendizagem e nos recordam, agora mais do que nunca, o poder estratégico da formação e do desenvolvimento de competências, como forma de nos adaptarmos a esta nova realidade e encararmos o futuro com confiança”.

A CEGOC foi criada em dezembro de 1962 e atualmente faz parte do Grupo internacional CEGOS, líder na transformação do desenvolvimento das pessoas nas organizações. A CEGOC é a única empresa no mercado Português que, sob a mesma marca, opera há mais de 58 anos no setor da Formação, Consultoria, Recrutamento & Seleção e Coaching.

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