Encontrar o Investidor certo para a sua startup

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Empreender não é apenas pôr em marcha uma ideia inovadora e uma empresa capaz de a realizar, é também fundamental encontrar os parceiros certos cujo investimento vai ajudá-la a crescer. O caminho até o sucesso é permeado por obstáculos que exigem habilidade e estratégia. Neste artigo exploramos os obstáculos mais comuns e oferecemos insights valiosos para ajudar as startups a navegarem pelo competitivo mundo dos investimentos.

Os desafios que as startups enfrentam na procura de investidores

Encontrar investidores é um processo repleto de desafios. Com base na análise realizada pelo EIT Health, a maior rede de inovação em saúde da Europa, identificámos os seis principais obstáculos enfrentados pelas startups durante essa fase crítica e discutimos como superá-los. Desde a preparação cultural até à seleção do investidor certo e a valorização adequada da empresa, avançamos com algumas orientações para as startups perseguirem no seu caminho rumo ao sucesso.

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1 | Preparação cultural

Muitas startups enfrentam dificuldades de adaptação cultural ao trabalhar com investidores institucionais. Muitos fundadores vêm de um ambiente onde prevalece uma hierarquia mais flexível, como amigos e familiares. No entanto, ao interagirem com profissionais experientes do mundo dos negócios, é necessário adotar uma mentalidade diferente. Segundo Tamás Békási, diretor de criação de negócios da EIT Health na região RIS, composta por 13 países que investem fortemente em inovação, “as startups devem aprender a colaborar e entender as expectativas dos investidores. É crucial perceber que os investidores não são lobos cruéis nem anjos altruístas; eles são indivíduos voltados para os negócios”.

2 | Escolher o investidor certo

Selecionar o primeiro investidor é como um casamento. Na melhor das hipóteses, a parceria dura toda a vida. No entanto, se a compatibilidade não for garantida, pode resultar numa separação dolorosa e potencialmente prejudicial. Portanto, é essencial escolher cuidadosamente os investidores que se alinham com os objetivos, valores e visão de longo prazo da startup.

3 | Desfazer equívocos

Muitas startups acreditam erroneamente que têm todas as cartas na manga e que todos devem lutar por elas, por serem um “projeto especial”. Por outro lado, os investidores também podem cair na armadilha de acreditar que investir o seu dinheiro lhes garante o controlo absoluto. Na realidade, trata-se de um relacionamento colaborativo em que ambas as partes competem em benefício mútuo. As startups têm o privilégio de selecionar os seus parceiros, mas também devem reconhecer o valor que os investidores trazem para a mesa.

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4 | Investimentos Estratégicos

Investir sem uma estratégia clara pode sair caro. Algumas startups veem os investidores como uma forma fácil de obter dinheiro. Após uma apresentação bem-sucedida, os investidores podem abordá-las com uma oferta atraente, mas que pode não estar alinhada com os planos de longo prazo da empresa. É crucial avaliar cuidadosamente as propostas de investimento e garantir que estejam alinhadas com os objetivos estratégicos da startup.

5 | Subestimar ou sobrevalorizar a empresa

As startups frequentemente enfrentam decisões difíceis ao avaliar o valor da sua empresa. Elas podem vender uma participação significativa por um pequeno investimento, porque estão desesperadas por dinheiro. No entanto, podem não considerar as consequências dessa decisão para rodadas subsequentes de financiamento, onde podem ter que abrir mão de uma percentagem ainda maior da empresa. Por outro lado, fixar uma avaliação muito alta na primeira rodada pode dificultar a atração de investidores adicionais dispostos a emitir cheques mais substanciais. Assim, encontrar o equilíbrio certo é crucial nesse processo.

6 | Reputação do investidor

A reputação de um investidor pode afetar os esforços futuros de captação de recursos de uma startup. Um investidor com má reputação ou conhecido por ser difícil de trabalhar pode impedir que investidores subsequentes participem de rodadas de financiamento posteriores, pois eles devem entrar num acordo de distribuição entre si. Embora o investidor de primeira linha seja muitas vezes crítico para a sobrevivência, é importante considerar as implicações mais amplas de sua reputação.

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Aprender a trabalhar com Investidores

Para superar esses obstáculos, programas focados em investimentos, como o Attract to Invest do EIT Health, estão especializados para enfrentar esses desafios de frente. O programa do EIT oferece suporte às startups que já estão no mercado e iniciaram processos de venda, procurando atrair o interesse de potenciais investidores.

Geralmente os participantes, nesta fase de desenvolvimento têm já uma experiência considerável em apresentações em diversos eventos e competições. No entanto, fazer um pitch para investidores requer habilidades e perceções diferentes, como ter ideias claras do valor da empresa e das perspetivas de receita e uma estratégia de investimento num horizonte alargado.

Este programa prepara as startups para as realidades da sua parceria, simulando reuniões de administração. Cada equipa é desafiada e questionada por um investidor real a cada duas semanas, abordando tópicos que podem não ter sido previstos. O objetivo é abrir os olhos para os possíveis desafios, sem desencorajar.

Além dos módulos educacionais, o programa Attract to Invest oferece uma bolsa não reembolsável de 25.000€, que inclui despesas de viagem e acomodação durante o bootcamp, serviços de consultoria do EIT Health Mentor and Coaching Network e um valor destinado ao plano e às próximas etapas da startup. A segunda edição do programa está aberta para inscrições até o dia 21 de julho, e terá uma Grande Final agendada para o início de novembro, onde as startups terão a oportunidade de apresentar-se para mais financiamento e fazer networking com investidores.

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Casos de sucesso

Um exemplo de sucesso do programa Attract to Invest é a empresa croata Ani Biome, especializada em vegetais fermentados e extratos de cogumelos que fortalecem a flora intestinal. O fundador da empresa enfrentou um caso de inflamação intestinal com risco de vida, o que o inspirou a desenvolver seu produto.

A solução comercializável da Ani Biome já alcançou 700.000 vendas e, graças à participação no programa Attract to Invest, a empresa arrecadou com sucesso € 1,2 milhões em financiamento inicial. Atualmente, eles estão avançando para uma nova rodada de financiamento no valor total de € 3,8 milhões.

“Encontrar investidores é, sem dúvida, um desafio para as startups, mas é fundamental focar em encontrar o investidor certo, em vez de se preocupar com as dificuldades”, conclui Tamás Békási.

O EIT é o maior ecossistema de inovação da Europa, reunindo cerca de 3.000 parceiros das principais organizações de negócios, pesquisa e educação de toda a Europa em mais de 80 centros de inovação. O EIT é um órgão da União Europeia e faz parte do Horizonte Europa – o Programa-Quadro de Investigação e Inovação da UE – e tem por principal meta fortalecer a capacidade da Europa de inovar para criar crescimento sustentável e empregos qualificados no espaço da União Europeia.

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