Oferta de arrendamento duplicou e rendas caíram em Portugal

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A oferta de casas para arrendar em Portugal registou uma subida de 20,3% nos primeiros três meses deste ano, face ao trimestre anterior, impulsionada pela crise no turismo, em consequência disso as rendas caíram 9,4% em Portugal no primeiro trimestre de 2021. No mercado de escritórios também se registou a mesma tendência, em resultado do teletrabalho, impulsionado pela pandemia.

A CASAFARI, principal plataforma de tecnologia de dados imobiliários da Europa, divulgou o seu relatório de análise do mercado imobiliário relativo ao primeiro trimestre de 2021, com destaque para os distritos de Lisboa, Porto e Faro, e uma análise geral da evolução dos preços de venda e arrendamento, por distrito, nos diferentes setores do mercado imobiliário.

O relatório conclui que, no primeiro trimestre de 2021, apesar da situação de pandemia, os preços do segmento residencial continuaram resilientes em Portugal, com os valores de venda a apresentarem um crescimento gradual. O preço médio de venda de imóveis cresceu 17,4%, face ao período homólogo do ano passado, enquanto o stock disponível para venda aumentou 87,8%.

No entanto, e face à atual crise que o setor do turismo atravessa, a oferta de casas para arrendar mais do que duplicou até março deste ano, quando comparado com igual período do ano passado, atingindo uma subida de 101,1%, embora o preço médio das rendas tenha recuado 9,4%.

No segmento não residencial, os dados da Casafari apontam para efeitos mais acentuados devido às novas tendências impulsionadas pela pandemia, como o teletrabalho, com os preços dos escritórios a recuarem e, em sentido inverso, com a oferta disponível para arrendamento a registar aumentos de até 34,5%.

Preços sobem na habitação para venda

O preço médio de venda de imóveis, em Portugal, registou um aumento de 17,4% no primeiro trimestre de 2021, face a igual período do ano passado. Todos os distritos, à exceção de Viseu (que registou uma quebra de 0,88%), assistiram a um aumento dos preços médios no período em análise. Destaca-se o distrito de Braga, a registar a maior subida, com um crescimento de 18,6%, e Aveiro, com uma subida de 15,2%. Lisboa continua a ser o distrito com o preço médio de venda mais elevado: 353 mil euros.

O stock de imóveis disponíveis para venda aumentou 87,8% em Portugal no primeiro trimestre de 2021, com Castelo Branco a ser o único distrito a registar uma quebra, enquanto que o número de imóveis disponíveis para venda em Lisboa mais do que duplicou ao disparar 166,6%.

No que toca ao arrendamento, o stock disponível em Portugal duplicou no primeiro trimestre de 2021 face ao período homólogo, e aumentou 20,3% face ao trimestre anterior, com todos os distritos a registarem aumentos do número de imóveis disponíveis para arrendar.

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Devido à crise no turismo, as rendas diminuíram 9,4% em Portugal no primeiro trimestre de 2021, com o preço médio de arrendamento a situar-se nos 842€. Salientar que Beja foi o distrito com o maior aumento de rendas (40,4%) enquanto Lisboa viu o preço médio da renda recuar 15,5%.

No que diz respeito à venda de imóveis, em geral, registou-se um aumento da oferta disponível no distrito de Lisboa. As tipologias T2 e T3 foram as que apresentaram o maior crescimento da oferta disponível, seguindo-se da tipologia T1. Relativamente ao preço médio de venda, das três tipologias analisadas, a tipologia T1 destacou-se por ser a única a registar um aumento.

No arrendamento, verificou-se também um aumento generalizado da oferta disponível. A tipologia T3 foi a que apresentou o maior crescimento (44,9%), seguindo-se a tipologia T2 e, por último, da tipologia T1. Em relação ao preço médio de arrendamento, a tipologia T3 foi a única que apresentou um aumento das três tipologias analisadas.

Os concelhos de Lisboa, Cascais e Oeiras destacam-se como os mais caros da Grande Lisboa, tanto a nível de preços médios de venda como em termos de preços médios de arrendamento.

Oferta cresce em Porto e Faro

A norte, a oferta disponível para venda no Porto registou um aumento generalizado. A tipologia T1 foi a que apresentou o maior crescimento da oferta disponível (13,9%), seguindo-se a tipologia T2 e a tipologia T3. Nas três tipologias analisadas, o preço médio de venda verificou um decréscimo, entre os 0 e os 3%.

Já no arrendamento, o Porto registou igualmente um aumento da oferta disponível. A tipologia T2 foi a que apresentou o maior crescimento da oferta disponível (15,8%), seguindo-se a tipologia T1 e, posteriormente, a tipologia T2. Quanto ao preço médio de arrendamento, a tipologia T1, das tipologias analisadas, foi a única a registar um decréscimo, de 0,6%.

Porto, Matosinhos, Póvoa de Varzim e Maia são os concelhos que apresentam preços médios de venda e de arrendamento mais elevados. 

A sul, no distrito de Faro, verificou-se um aumento da oferta disponível nos apartamentos para venda. A tipologia T3 foi a que apresentou o maior crescimento da oferta disponível (17,5%), seguindo-se a tipologia T1 e a tipologia T2. Relativamente ao preço médio de venda, este variou entre os 0 e os 2% nas três tipologias analisadas.

A nível de arrendamento, registou-se um aumento da oferta disponível nas três tipologias analisadas. A tipologia T3 foi a que apresentou o maior crescimento da oferta disponível (21,1%), seguindo-se a tipologia T2 e, por último, a tipologia T1. Em relação ao preço médio de arrendamento, a tipologia T2 foi a única que apresentou um decréscimo.

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Segmento Não Residencial em quebra

Em Lisboa verificou-se um aumento da oferta disponível nos escritórios para venda (13,6%) e para arrendar (18,6%). No entanto, os preços de venda registaram uma quebra de 1.7%. Já no Porto, registou-se um aumento da oferta disponível nos escritórios para venda (3,1%) e para arrendar (18,1%), contudo, os preços de venda registaram uma quebra de 0,3%. Por último, em Faro verificou-se um aumento da oferta disponível nos escritórios para venda (12%) e para arrendar (20,8%), enquanto os preços de venda registaram uma quebra de 11,2%.

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